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Cultivo protegido: estratégias e cuidados com estufas agrícolas

Postado em 06 de dezembro 2023


Você sabe o que são estufas agrícolas e para o quê servem? Se não sabe, esse texto é para você. Se sabe mais ou menos, também; e se já conhece, sempre há algo a mais para aprender. Em te...

Você sabe o que são estufas agrícolas e para o quê servem? Se não sabe, esse texto é para você. Se sabe mais ou menos, também; e se já conhece, sempre há algo a mais para aprender. Em termos gerais, estufas agrícolas são estruturas criadas para reter o calor do sol, proteger as plantas contra possíveis ameaças externas e manter a temperatura interna controlada.

O sistema acelera a fotossíntese e a produção de oxigênio, permite melhor floração e frutificação, velocidade no crescimento, além de aumento na produtividade e na qualidade do produto.

Com as estufas agrícolas, os agricultores podem estender a estação de crescimento das culturas, permitindo que produzam fora da estação tradicional. Isso não apenas possibilita oferecer produtos frescos ao mercado durante todo o ano, mas também possibilita obter preços mais vantajosos durante as entressafras, quando a oferta de produtos frescos pode ser limitada.

Quer conhecer mais sobre o método? Então segue a leitura!

 

O que é cultivo protegido e sua importância

O cultivo protegido é uma técnica agrícolas que utiliza estufas (ou outra estrutura semelhante) para controlar as condições ambientais internas, como temperatura, umidade e incidência de luz, proporcionando o ambiente ideal para o crescimento das plantas.

O destaque é que a agricultura de ambiente controlado da estufa protege as culturas de condições climáticas adversas, como chuvas intensas, geadas e ondas de calor, assim como pragas e doenças, reduzindo a necessidade de pesticidas e aumentando a produtividade.

Em tempos de eventos climáticos extremos, o cultivo protegido ganha cada vez mais relevância na agricultura moderna. Cada vez mais produtores tem adotado a técnica para otimizar a produção e garantir a qualidade das culturas.

 

Vantagens do cultivo protegido

Confira abaixo as principais vantagens da técnica agrícola do cultivo protegido!

Aumento da produtividade: O cultivo protegido oferece condições ideais para aumentar a produtividade da cultura, mesmo fora de época.

Controle ambiental: O sistema permite o controle do ambiente, permitindo a produção de diversas culturas em diferentes regiões e épocas do ano.

Redução do ciclo da planta: O ciclo da planta é diminuído, otimizando assim a produção.

Economia de água: Reduz o consumo de água, já que o sistema fechado diminui a evapotranspiração.

Proteção contra intempéries climáticas: O cultivo protegido, como o próprio nome indica, oferece proteção contra chuva, granizo, geadas e outros eventos do clima.

Controle de condições climáticas: O ambiente da estufa é integralmente controlado pelo produtor, incluindo o controle do vento e da radiação solar.

Melhoria das condições de trabalho: Com todas as vantagens já citadas, as estufas agrícolas acabam proporcionando melhores condições de trabalho para os funcionários.

Produção e comercialização: O sistema possibilita a produção e comercialização de produtos em condições controladas e otimizadas, o que inclui a proteção às pragas e a redução da utilização de agrotóxicos.

 

Desvantagens do cultivo protegido

Como tudo na vida, o cultivo protegido também tem suas desvantagens. Fique atento e confira quais são!

Alto custo de implantação: O investimento inicial e os custos de manutenção podem ser elevados.

Dificuldade na rotação de áreas: A rotação de áreas pode ser dificultada devido à estrutura da estufa, o que pode amenizar a ocorrência de doenças no solo.

Necessidade de planejamento e organização: Pode haver falta de organização e planejamento por parte dos produtores e do governo para fomentar uma política ampla de apoio ao cultivo protegido.

Falta de informação e assistência técnica: Os produtores podem enfrentar falta de informação e assistência técnica para implementar o sistema de modo correto e eficaz.

Manutenção da estrutura: A estuda de plástico, por exemplo, normalmente dura em torno de três anos e, após o seu uso, precisa ter destinação adequada para não se acumular no ambiente.

Conhecimento técnico necessário: É essencial ter conhecimento técnico para alcançar resultados satisfatórios e evitar problemas que possam tornar a produção custosa demais.

Manejo cuidadoso do solo e da água: É extremamente necessário ter cuidados contínuos com o manejo do solo e da água para evitar problemas e manter a produção viável.

 

Estruturas para o cultivo protegido: estufas agrícolas

As estufas agrícolas são estruturas que proporcionam um ambiente controlado para o cultivo de plantas, permitindo que os produtores manipulem variáveis como luz, temperatura e umidade para otimizar o crescimento das culturas.

As estufas de vidro são bem indicadas, pois o vidro é um material que deixa passar 90% da radiação solar, o que ajuda a reter o calor. As estufas de plástico também são muito utilizadas e conhecidas pela eficiência e a funcionalidade, tanto do ponto de vista técnico como econômico. Eficiência e funcionalidade são características importantes no momento de definir um sistema produtivo capaz de obter colheitas fora da época normal, com mercado e rentabilidade adequada à sobrevivência do empreendimento.

Há muitos tipos de estufa de plástico que podem ser construídas. A escolha do modelo deve levar em conta uma série de aspectos técnicos, como exigências agroclimáticas da espécie de planta a ser cultivada, das características climáticas da área onde se pretende colocá-la, da disponibilidade de mão-de-obra e de mercado.

As estufas costumam ser classificadas em relação ao controle dos parâmetros meteorológicos. Assim, elas podem ser: climatizadas; semiclimatizadas e não-climatizadas.

As estufas climatizadas têm mecanismos elétricos, eletrônicos e mecânicos de acionamento automático para controle de temperatura, umidade relativa e luz. Em função do seu alto custo, é considerada pouco viável para a produção de hortaliças, mas estão presentes em certas condições.

As estufas semiclimatizadas possuem algum grau de automação no controle de temperatura, umidade e luz, mas são também consideradas pouco viáveis economicamente para a produção comercial de hortaliças. No Brasil, são utilizadas mais em instituições de ensino e pesquisa agropecuárias e florestal.

Desse modo, as estufas não-climatizadas são as que reúnem viabilidade econômica para serem utilizadas em processo de exploração comercial para produção de hortaliças e flores.

Por fim, é preciso levar em conta as diferentes condições climáticas conforme a região do Brasil em que o produtor pretende construir a estufa. Estudos da Embrapa mostram as melhores condições de construção de estufas conforme a disponibilidade de materiais, mão-de-obra, mercado e relação custo / benefício em cada região.

 

Controle de microclima e umidade

O microclima nada mais é do que as condições climáticas dentro da estufa, ajustadas para atender às necessidades específicas das culturas cultivadas. Dentro da estufa, o controle de umidade, temperatura, luz e irrigação é fundamental para prevenir doenças e garantir uma produção robusta e o crescimento saudável das plantas

A temperatura ideal para a maioria das culturas é entre 24-28°C durante o dia e entre 16-22°C à noite. Acima ou abaixo destas temperaturas pode paralisar o crescimento e causar atrofia dos tecidos vegetais ou até mesmo a morte das plantas.

A temperatura pode ser controlada por meio de sistemas de aquecimento, ventilação, umidificação e sistemas de sombreamento ou resfriamento. Há sistemas de aquecimento que usam caldeiras para aquecer tubulação com água ou ar para aumentar a temperatura do ar interno da estufa, enquanto os sistemas de ventilação regulam a temperatura trocando o ar quente da estufa pelo ar mais frio do lado de fora. 

Telas de sombreamento ou sistemas de teto retrátil podem ser usados para bloquear a luz solar excessiva e, assim, diminuir a temperatura interior. Há ainda sistemas de resfriamento com cortinas de água que ajudam na entrada de ar úmido e resfriado, técnica importante para ajustar a temperatura nos períodos mais quentes. 

Com relação a umidade, a faixa ideal para a maioria das culturas é entre 40-60%. A umidade alta pode facilitar o desenvolvimento de patógenos causadores de doenças, enquanto a umidade baixa pode estressar as plantas e reduzir o rendimento das culturas.

Os sistemas de ventilação ajudam a regular a umidade trocando o ar do interior da estufa com o ar exterior. Já os sistemas de umidificação acrescentam umidade ao ar quando necessário, o que pode ser feito com nebulizadores profissionais que evitam a formação de gotas. Sistemas de desumidificação também podem ser usados para remover o excesso de umidade do ar.

Sobre a luz, essencial para a fotossíntese, pode-se utilizar luz artificial para complementar a quantidade de luz no inverno, quando as horas de luz natural são menores.

As estufas podem usar sistemas de iluminação artificial, como lâmpadas de alta intensidade (HID) e lâmpadas LED. São sistemas que podem ser ajustados para fornecer a quantidade certa de luz conforme o estágio de crescimento da cultura. O tipo e a intensidade da iluminação podem ser ajustada de acordo com as necessidades das culturas cultivadas.

Por último, a irrigação, sempre fundamental. As estufas têm sistemas de irrigação automatizados, programados para fornecer a quantidade certa de água para cada cultura. Tais sistemas podem ser configurados para acertar a quantidade de água considerando a temperatura, umidade e luz. As estufas também costumam usar sistemas hidropônicos que permitem com que as culturas sejam cultivadas em água rica em nutrientes, ao invés do solo. É uma técnica que possibilita controle sobre os níveis de água e nutrientes, com crescimento mais rápido e eficiente. 

 

Monitoramento climático e tecnologia na estufa

A tecnologia tem papel vital no monitoramento climático dentro das estufas. Graças a tecnologia, os produtores podem utilizar dados precisos para tomar decisões acertadas sobre o manejo do cultivo.

O monitoramento de condições climáticas envolve o uso de sensores e sistemas automatizados para rastrear variáveis como umidade, luz, temperatura e aquecimento dentro da estufa. Desse modo, os produtores podem ajustar as condições climáticas dentro da estufa para melhor suprir às necessidades das plantas.

 

Controle de pragas e doenças no cultivo protegido

Embora a estufa possibilite um cultivo protegido, ela não é livre do risco de receber pragas ou desenvolver doenças nas culturas trabalhadas. Para evitar que isso aconteça, há diferentes estratégias possíveis, com destaque à importância do Manejo Integrado de Pragas (MIP).

O Manejo Integrado de Pragas é uma abordagem que combina diferentes estratégias de controle de pragas, como controle biológico, barreiras físicas e uso responsável de pesticidas, com o objetivo de minimizar os impactos negativos no ambiente e na produção.

Algumas técnicas recomendadas para o controle de pragas e doenças passam pelo uso de estruturas que diminuem a entrada de vetores, como telas anti-afídeos para mosca branca; a redução da temperatura, com o uso de pé direito acima de 3,5 m; além do plantio de mudas saudáveis e tolerantes às pragas e doenças endêmicas regionais.

Importante também respeitar os espaçamentos a serem adotados no plantio para a espécie ou variedade a ser cultivada. Todas essas técnicas reduzem a possibilidade da incidência de pragas e doenças.

Vale ainda destacar a retirada de restos culturais da estufa, como as folhas de alface após a colheita, que são fonte de matéria orgânica (substrato para fungos e pragas), além da lavagem da bancada hidropônica e o uso de uma solução de dióxido de cloro a 10%, via pulverização, antes do plantio das próximas mudas.

E há também a aplicação do controle biológico, com defensivos alternativos de forma preventiva associada ao monitoramento da possível época de incidência da praga e da doença.

 

Colheita e pós-colheita em cultivos protegidos

Tal qual no cultivo tradicional, a fase de colheita e pós-colheita em estufas é crucial para garantir a qualidade dos produtos agrícolas. Isso envolve cuidados que vão desde a coleta até o armazenamento e transporte da produção, de modo a preservar a qualidade e a segurança alimentar.

Se a sua escolha for semear hortícolas, é importante ressaltar que, em geral, a colheita em estufas é realizada mais cedo, pois as condições próprias do sistema favorecem e aceleram o crescimento do cultivo.

Todo o ambiente mais controlado da estufa também facilita a segurança e combate a insetos, possibilitando com que o produto final colhido tenha mais qualidade.

 

Conclusão

O cultivo protegido é uma solução significativa para os desafios enfrentados pela agricultura moderna. O sistema permite aos produtores controlar o ambiente de crescimento das plantas e, assim, otimizar a produção.

Adotar práticas sustentáveis e fazer uso estratégico da tecnologia em cultivo protegido não apenas melhora a produtividade, mas também garante uma produção mais ecológica e economicamente viável, realçando a sustentabilidade na agricultura.

As vantagens do cultivo em estufas estão principalmente no ambiente controlado que a estrutura fornece. Além de impedir o excesso de água nas plantas, as estufas mantêm a temperatura mais adequada e com menor oscilação, assim como fornecem proteção ao diminuírem a entrada de pragas no ambiente de produção. Como desvantagens, há o custo de implantação e a manutenção da estrutura.

 

 

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