Postado em 19 de outubro 2023
De tempos em tempos, surge no campo científico-tecnológico alguma palavra ou expressão que toma conta das rodas de conversa e do noticiário. Houve o momento das experiências de clonagem de animais, das células-tronco, o surgimento das redes sociais, entre outras. No momento, é o conceito de inteligência artificial (IA) que atrai atenções.
A novidade está por trás de quase tudo, das atividades domésticas ao mundo do trabalho. Por certo, a inteligência artificial na agricultura não ficaria para trás. Mas afinal, o que é a influência crescente da inteligência artificial no setor agrícola? Como a revolução digital pode beneficiar o agronegócio?
Neste ponto, cabe salientar que a inteligência artificial no campo já é uma realidade, ainda que muitos produtores possam nem perceber. Ela se traduz no uso de softwares de gestão de agricultura, no uso de GPS para a demarcação de áreas, na agricultura de precisão e até mesmo no piloto automático de tratores e máquinas.
Em resumo, a inteligência artificial está presente na agricultura em diversos equipamentos, máquinas e implementos que contribuem, principalmente, para a coleta de informações, processamentos das informações e tomada de decisões, para manejos agrícolas mais precisos.
Porém, há muito mais a caminho. A inteligência artificial na agricultura está transformando – e vai transformar ainda mais – a maneira como os agricultores gerenciam suas operações. Novas ferramentas tecnológicas com inteligência artificial ganham terreno no setor agrícola e, cada vez mais, serão realidade no campo.
Confira como!
Resumidamente, a Inteligência Artificial (IA) é a capacidade de um equipamento eletrônico de coletar dados, reunir e armazenar estes dados, fornecer uma solução e, até mesmo, executar a tarefa.
O campo das funcionalidades principais é muito vasto. Sabe aquele atendimento automático pelo WhatsApp? Pois então, é inteligência artificial. Os famosos algoritmos das redes sociais? Inteligência artificial.
Processamento de dados, automóveis sem piloto, robôs assistentes em microcirurgias, programas de computador que reconhecem linguagem e resolvem problemas, reconhecimento óptico de caracteres, análise do risco de contratações a partir de consultas automáticas de mega dados sobre pessoas e organizações disponíveis em bancos de dados públicos e privados, vida artificial utilizada na indústria de entretenimento e no desenvolvimento da computação gráfica. Tudo isso e muito mais é inteligência artificial já em curso no nosso dia-a-dia.
Se a Inteligência Artificial (IA) já está presente em várias atividades do cotidiano, ainda que nem percebamos, saiba como ela beneficia a agricultura, incluindo a otimização da produção agrícola, a aceleração da tomada de decisões, diagnósticos precisos, redução de perdas, diminuição dos desperdícios, mitigação do impacto ambiental e aumento da competitividade do setor.
Acompanhe!
Recursos de IA melhoram a eficiência e a produtividade na agricultura.
Programas de IA permitem que os agricultores tomem decisões mais rápidas e precisas.
A IA ajuda a identificar problemas na lavoura, como pragas e doenças, de maneira mais precisa.
Auxiliar na redução de prejuízos causados por pragas e doenças é outra finalidade possível por meio da IA.
Ferramentas de IA contribuem para a redução de desperdícios na agricultura.
Cresce cada vez mais a contribuição da IA para o desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável.
O uso de ferramentas e equipamentos de IA reduz custos de produção, diminui desperdícios, aumenta o acerto na tomada de decisões e, assim, torna os produtos agrícolas mais competitivos no mercado.
O uso da Inteligência Artificial na agricultura já uma realidade e segue em evolução. Agricultura de precisão, coleta de dados, monitoramento das culturas e previsão do tempo são apenas algumas das aplicações da Inteligência Artificial disponíveis aos produtores rurais.
Aprofundamento em aplicações específicas da IA na agricultura:
A Agricultura de Precisão (AP) é um sistema de gerenciamento agrícola que começou com as tecnologias das máquinas dotadas de receptores GPS e a geração de mapas de produtividade. Hoje pode ser usada para todas as cadeias produtivas do setor agropecuário, com a utilização de insumos para controle de solo ou combate às pragas para áreas específicas, reduzindo o desperdício de produtos e uso desnecessário.
Drone e sistemas de Inteligência Artificial de Big Data fornecem imagens precisas para o monitoramento da lavoura. No caso dos drones, inicialmente eram usados para monitorar lavouras, acompanhar a sanidade e o estágio delas, ver a qualidade da palhada após a colheita, mapear o desmatamento em florestas muito densas, umidade do solo e análise de fertilidade do solo. Depois, os drones começaram a aumentar a precisão da pulverização de defensivos agrícolas, reduzindo o tempo e o custo em todo o processo de gestão do plantio.
Sensores climáticos para previsão do tempo, medição da velocidade do vento, quantidade de chuvas, umidade do ar e do solo começam a ser usados por agricultores. São considerados aliados importantes na tomada de decisões do produtor, pois fornecem dados em tempo real.
A aplicação da inteligência artificial nos sensores faz com que as decisões sejam mais precisas, como, por exemplo, na área de irrigação. Os sensores captam dados, armazenam e geram uma análise. Quando os parâmetros pré-definidos pelo produtor são alcançados, o próprio equipamento manda um comando para o pivô funcionar, com a definição da quantidade de água a ser aplicada.
O uso de veículo agrícola autônomo (VAA) tem sido estudado e testado para a validação dos resultados. É um tipo de veículo desenvolvido para todas as fases da lavoura, desde o plantio até a colheita. Algumas empresas, inclusive, já lançaram pulverizadores autônomos. Ao contrário do conhecido piloto automático, os VAA não apresentam nem cabine para o operador. Na prática, uma única pessoa pode comandar mais de um veículo à distância.
A captação de imagens por drones já vem sendo utilizada há algum tempo nas fazendas, principalmente para demarcar áreas e obter imagens para gerar mapas. As imagens ajudam a controlar pragas e doenças, verificar a saúde da lavoura, observar reboleiras e economizar na compra de produtos.
Os drones de pulverização agrícola também têm ganhado espaço nos últimos anos. Tais equipamentos de IA executam a operação de modo automatizado, conforme parâmetros definidos pelo piloto, que controla o drone remotamente. Saiba quando e como utilizar drones na agricultura.
Ainda menos conhecido no ambiente agrícola, o big data é uma ferramenta de grande potencial para ajudar o produtor rural. Numa tradução livre, “big data” significa “grandes dados”, e essa é a função do sistema de IA: captar diversos dados da fazenda, armazenar e agrupar as informações na "nuvem", com grande velocidade, oferecendo assim informações precisas ao produtor.
O big data é uma tecnologia capaz de cruzar informações, tais como o histórico da área, a cultivar semeada, a produtividade, o histórico de chuvas, a quantidade de fertilizantes para aplicação e já presentes no solo. É todo um parâmetro geral e particular de cada atividade da fazenda, que permite prever e evitar problemas e prejuízos na lavoura causados por pragas, doenças e outras ameaças, além de reduzir o desperdício na agricultura.
Provavelmente, os softwares agrícolas são as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) mais conhecidas dos produtores brasileiros. Os softwares centralizam os dados do campo, analisam as informações e repassam para o produtor em forma de relatório, contribuindo para a tomada de decisão em diversas áreas da gestão agrícola.
É uma ferramenta de IA útil desde a análise de questões burocráticos, como a gestão fiscal, de pessoas e maquinários, até o mapeamento da fertilidade do solo, planejamento, manejo da lavoura, clima e definição de preços. No mercado, há softwares que fornecem dados de toda a fazenda, desde o planejamento da colheita até a comercialização da safra.
A agricultura é uma das mais relevantes atividades econômicas no mundo e o Brasil, um dos maiores produtores agrícolas. É nesse cenário que se desenvolve a busca contínua por novas tecnologias e suas aplicações ao trabalho no campo, aumentando e diversificando as produções.
Ainda que o agronegócio normalmente seja associado ao trabalho braçal, a atividade precisou se reinventar diante do avanço da revolução digital, assim como tantos outros setores da economia. Tal avanço é uma tendência de mercado, um caminho sem volta e necessário para manter a competitividade e oferecer produtos com maior qualidade. Isso explica porque o investimento no setor de Inteligência Artificial (AI) deve saltar de US$ 1 bilhão em 2020 para US$ 4 bilhões em 2026, segundo projeções da Markets & Markets.
Conforme dados do Radar Agtech Brasil 2020/2021, o Brasil tem 1.574 agtechs, ou seja, startups focadas no agronegócio. A pandemia impôs maior necessidade de digitalização e o setor apresentou um crescimento de 40% em comparação com os anos anteriores. O uso de Inteligência Artificial (IA), mostra o quanto o agronegócio está aberto às inovações. Novas soluções para o trabalho no campo já são realidade e a tendência é de que ainda haja muito para avançar, com promissores benefícios futuros.
Não à toa, a aplicação de novas tecnologias no campo tem impulsionado o surgimento de novas profissões, como operador de drones, técnico de agricultura digital, entre outras.
Uma vez compreendidas as vantagens e aplicações da Inteligência Artificial (IA) no campo, é preciso reconhecer que tal tecnologia ainda sofre alguns entraves no Brasil. Para que o avanço desse tipo de ferramenta se consolide, ainda será preciso superar determinados obstáculos, como problemas de infraestrutura, falta de conhecimento técnico e custos de implantação elevados.
Os desafios que os agricultores enfrentam ao adotar a IA:
Uma das maiores barreiras para a IA na agricultura brasileira é a falta de infraestrutura adequado no campo. Isso porque muitas áreas rurais sofrem com acesso limitado à internet e energia, o que prejudica a coleta e análise de dados. Afinal, a Inteligência Artificial justamente utiliza a internet para transmitir dados em tempo real para armazenagem na nuvem e, posteriormente, analisar e cruzar as informações.
Em que pese a dificuldade de acesso à internet na área rural, podemos ter algum otimismo com o crescimento do 5G no campo. Mais do que apenas uma internet mais rápida, a nova capacidade de conectividade promete melhorar a vida das empresas, do consumidor e trazer para a agricultura um paradigma tecnológico jamais visto.
Outro ponto de atenção para o avanço da IA entre os produtores brasileiros é o conhecimento da ferramenta. Ainda é preciso conhecer mais as possibilidades que existem e o que é possível implementar na fazenda, de acordo com a necessidade e anseios de cada produtor.
Só se apoderando das informações disponíveis será possível ter o melhor aproveitamento dos recursos tecnológicos disponíveis. Acrescente a esse aspecto a necessidade de capacitação digital dos trabalhadores do campo, um elemento fundamental para o uso da Inteligência Artificial (IA).
Dinheiro. Não há como fugir dele. Afinal, para boa parte dos produtores brasileiros, o alto custo das tecnologias de IA ainda pode ser uma barreira. O elevado investimento financeiro é, provavelmente, o principal entrave para a adoção de tecnologias de Inteligência Artificial.
Os estudos, pesquisas e inovações que tornam esse tipo de inteligência possível no campo acabam onerando máquinas, equipamentos e outros dispositivos que possuem tais funções. Sabemos que a implantação da agricultura digital exige investimentos e isso pode ser um obstáculo principalmente para pequenos agricultores, que não dispõem de acesso amplo a financiamento, isenções e outras formas de estímulo econômico.
Conforme as pessoas utilizam cada vez mais dispositivos e serviços baseados em IA, torna-se fundamental garantir a segurança de seus dados pessoais. Por isso, é importante conhecer algumas medidas para resguardar a segurança de informações pessoais.
Convém compreender os conceitos relacionados à privacidade de dados, como anonimização, criptografia e consentimento informado, e se manter atualizado sobre as leis e regulamentos de privacidade. Cuide também em minimizar a divulgação de informações pessoais, avaliando quais dados são realmente necessários para fornecer um serviço ou usar um aplicativo de IA.
Como vimos, são muitos os benefícios que a Inteligência Artificial (IA) pode trazer para o produtor rural e aos processos agrícolas. Desde e otimização da produção, agilidade na tomada de decisões e diagnósticos precisos, até a redução de prejuízos e desperdícios e a minimização dos impactos ambientais.
Tudo isso, no entanto, segue avançando. Para o futuro, especialistas acreditam que a IA se tornará ainda mais presente na agricultura. Podemos esperar avanços nas áreas da Internet das Coisas (IoT), com a coleta de dados em tempo real, no monitoramento inteligente de campos, estufas e instalações agrícolas, assim como na captação e análise de imagens, e em algoritmos que aprendem e identificam padrões complexos em grandes conjuntos de dados agrícolas.
A Inteligência Artificial (IA) no campo é uma realidade que, tudo indica, só aumentará nas próximas décadas.