Postado em 08 de agosto 2024
A fertirrigação é uma técnica que permite ter, ao mesmo tempo, o sistema de irrigação e de adubação atuando juntos. Considerado mais econômico e com uma séria de vantagens para a plantação, é comum o produtor ter dúvidas sobre a implementação eficiente da fertirrigação na sua lavoura.
Esse guia pretende, em poucos tópicos, destacar os pontos mais importantes de um sistema de fertirrigação, cuja principal característica é a planta receber a água junto com os nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento.
A particular técnica de irrigação aliada com a adubação tem conquistado cada vez mais adeptos no campo. Além dos benefícios práticos para o crescimento da cultura, a fertirrigação também chama a atenção por permitir aproveitar os sistemas de irrigação para aplicar nutrientes via folha ou solo.
Ficou interessado em conhecer mais? Segue a leitura!
Os primeiros passos para a implementação eficiente da fertirrigacão é a avaliação da propriedade, incluindo o tamanho da área e a realização de testes de solo para determinar os nutrientes disponíveis, assim como a qualidade da água para o sistema de fertirrigação.
Também é fundamental conhecer a necessidade hídrica e de nutrientes das plantas que serão cultivadas, afinal, é preciso que o sistema garanta a correta distribuição de água e de adubo para fertirrigação de acordo com o projeto elaborado.
Em termos gerais, a implementação eficiente da fertirrigação na propriedade deve ser planejada conforme a cultura e as características da área. Por isso, é importante o suporte de um profissional especializado que defina as necessidades e os equipamentos mais adequados para cada caso.
A particular técnica de irrigação junto com a adubação, demanda a constante capacitação de quem opera os equipamentos e interpreta os dados de monitoramento. Esse conhecimento é vital para a implementação eficiente da fertirrigação. Aliado a isso, está o registro de dados das operações e dos resultados da fertirrigação para tomada de decisões e análises futuras.
Outra tarefa fundamental é a inspeção regular e a manutenção preventiva do sistema de fertirrigação para garantir seu funcionamento. Isso porque o acúmulo de sais e sujeira no sistema causa prejuízos no equipamento e torna ineficiente a dispersão da água, entre outros problemas.
É quase inevitável o surgimento de incrustações nos equipamentos, causando entupimento e diminuição da vazão no sistema, o que demanda uma mão de obra especializada que conheça os adubos para fertirrigação e a operação como um todo.
Por isso, vale ter um plano de monitoramento para acompanhar a eficiência do sistema de fertirrigação e fazer ajustes quando necessário, levando em conta análise do solo, o pH, a disponibilidade de nutrientes e as necessidades da planta.
O melhor sistema é aquele que funciona para a sua propriedade e para as culturas que você planeja cultivar. O produtor precisa ter isso em mente ao pensar na implementação eficiente da fertirrigação. A partir dessa concepção geral, o sistema deve ser adequado ao tipo de fertilizante e as condições do local, levando em conta a eficiência do uso de água e energia – principalmente onde há recursos hídricos limitados.
Para culturas que não utilizam muitos hectares, a fertirrigação costuma ser feita via gotejamento ou aspersor instalados no sistema de irrigação. Já para grandes culturas que necessitam de muita irrigação ou fertirrigação, a recomendação é a técnica de pivô. Neste caso, existem três tipos de pivôs: linear, central fixo e central rebocável. O modelo a ser escolhido depende da topografia da propriedade e o investimento disponível.
Seja por gotejamento, microaspersão ou irrigação por pivô central, o importante é avaliar qual método é o mais adequado para as características do campo e da cultura pretendida, de modo a garantir a distribuição uniforme de fertilizantes e água.
O tempo da fertirrigação depende da quantidade de fertilizante que a cultura precisa, combinado com a quantidade que pode ser injetada no sistema. Tal relação varia conforme as demandas hídricas e nutricionais específicas de cada cultura. Variações climáticas específicas de cada região também precisam ser levadas em conta.
O ideal é realizar com frequência o monitoramento do solo, com auxílio de sensores de umidade para ajustar o cronograma da técnica de irrigação e de adubo para fertirrigação. Isso porque depois da irrigação, a água fica mais ou menos retida no solo de acordo com a composição dele. Nesse sentido, os sensores de umidade são os mais indicados para controlar a umidade por meio de dados confiáveis.
Sempre importante destacar que o excesso de fertilizantes pode levar à acumulação de sais no solo, causando problemas de salinidade e comprometendo o desenvolvimento das plantas. Portanto, é importante calcular com precisão a quantidade de fertilizantes a ser aplicada e a frequência das aplicações, levando em conta as necessidades das plantas e as condições ambientais.
A implementação eficiente da fertirrigacão inclui sua integração com o planejamento geral do manejo da propriedade, como práticas de cultivo, controle de pragas e doenças, manejo de resíduos, entre outras tarefas.
Aumentar a eficácia da utilização dos recursos e contribuir para a redução dos impactos ambientais deve ser, cada vez mais, a meta de toda prática agrícola. Por isso, deve ser sempre almejada a integração da fertirrigacão com as demais ações de manejo agrícola adotadas na propriedade.
O olhar de um profissional especializado colabora muito para alcançar tal integração. Um exemplo simples é o fato da fertirrigação poder utilizar os mesmos equipamentos dimensionados para a irrigação, uma união que poupa recursos e amplia as vantagens do sistema – mas que precisa ser bem planejada para obter os melhores resultados.