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Agricultura Regenerativa: O que é, quais os benefícios e como aplicar na sua fazenda

Postado em 10 de abril 2023


Você já ouviu falar em agricultura regenerativa? Não? Pois bem, a agricultura regenerativa é uma prática agrícola focada em melhorar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e reduzir a p...

Você já ouviu falar em agricultura regenerativa? Não? Pois bem, a agricultura regenerativa é uma prática agrícola focada em melhorar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e reduzir a pegada de carbono da agricultura. Trata-se de um conjunto de tecnologias agrícolas que buscam restaurar ecossistemas enquanto auxiliam na diminuição das mudanças climáticas – atualmente, um dos temas mais importantes à humanidade. 

O objetivo é um só: a regeneração do solo para minimizar os efeitos negativos ao clima. Uma prática oposta a agricultura convencional que exaure o solo, pressiona os ecossistemas e depende de defensivos químicos.

Segundo os cientistas que integram o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) da ONU, 79% das emissões globais de gases de efeito estufa vieram dos setores de energia, indústria e transporte, e 22% da agricultura, silvicultura e de outras formas de uso da terra.

No Brasil, a Fazenda da Toca tem sido um case exemplar, produzindo grãos em sistemas regenerativos orgânicos e citricultura em sistemas agroflorestais.

Responsável por quase 1/4 das emissões dos gases de efeito estufa, a prática agrícola precisa mudar urgentemente e avançar para além da sustentabilidade na agricultura – que segue sendo fundamental, é importante ressaltar.

Daí a importância transformadora da agricultura regenerativa, que reúne diferentes tecnologias agrícolas como o Plantio Direto, a agrofloresta, agroecologia, agricultura sintrópica, entre outras. Por ser um sistema baseado em processos naturais, a agricultura regenerativa seleciona espécies de serviço no sistema como, por exemplo, o capim mombaça, brachiaria, crotalaria e árvores específicas para produção de bioinsumos locais, diminuindo a dependência externa e o consumo de água.

Quer entender mais? Então vamos em frente! 

 

Benefícios da agricultura regenerativa

A agricultura não só colabora com a crise climática como também sofre muito com seus efeitos. Por isso, a mudança no modelo de produção agrícola é uma questão de sobrevivência do próprio setor.

Ao agronegócio não basta mais procurar agir para ser carbono neutro, é preciso ser um agente de sequestro de carbono na atmosfera.

Com o aumento do aquecimento global, cada região deve experimentar cada vez mais mudanças simultâneas e múltiplas. Da subida do nível do mar, aos eventos extremos hoje projetados para ocorrer pelo menos anualmente em mais da metade dos locais até 2100. Outras mudanças regionais projetadas pelos cientistas do IPCC incluem a intensificação de ciclones tropicais e tempestades extratropicais, o aumento das secas e da temporada de incêndio.

 

Benefícios da agricultura regenerativa:

  • Melhora a saúde do solo
  • Aumenta a biodiversidade
  • Reduz a pegada de carbono da agricultura (redução de emissões de gases de efeito estufa)
  • Ajuda a mitigar as mudanças climáticas (sequestro de carbono no solo e redução do uso de combustíveis fósseis)
  • Melhora a qualidade dos alimentos produzidos
  • Reduz a dependência de insumos externos

 

Princípios da agricultura regenerativa

A agricultura regenerativa tem como fundamento trabalhar de maneira integrada à natureza e assim promover a regeneração dos ecossistemas agrícolas. Seus princípios são baseados em diversas pesquisas e comprovados na prática, com cases de sucesso em todo mundo.

Mas atenção: entender esses princípios é fundamental para quem deseja implementar a agricultura regenerativa em sua fazenda.

Em resumo, a agricultura regenerativa atua sobre a premissa de melhorar ativamente a qualidade do solo, os ciclos da água, a biodiversidade, a saúde do ecossistema, os ciclos do carbono e a resiliência socioeconômica. Nesse sentido, podem ser citadas as espécies perenes que pela ação de suas raízes, auxiliam no controle de erosão do solo.

Confira alguns dos princípios básicos da agricultura regenerativa:

Solo: Contribuir para a construção de solos férteis e saudáveis, utilizando técnicas como cobertura de solo, diversificação, menos compactação e redução de fertilizantes químicos.

Água: Aumentar infiltração e retenção de água no solo; criar um microclima local; diminuir uso de irrigação e escoar água limpa para segurança rural.

Biodiversidade: Aumentar a preservação da biodiversidade no sistema por meio da utilização de espécies-chave para controle de pragas e doenças naturalmente e com precisão.

Carbono: Aumentar a capacidade de sequestro e estoque de carbono no solo por meio de espécies-serviço que possuem uma taxa fotossintética alta e crescimento rápido. Deve-se utilizar também as podas como matéria orgânica para cobertura de solo, estocando assim mais carbono.

Socioeconômico: Produzir alimentos consorciados que possam garantir segurança alimentar para as famílias dos agricultores, aumentar a renda, empoderar as mulheres no campo e criar condições favoráveis para apoiarmos as próximas gerações na permanência no meio rural.

 

Práticas agrícolas regenerativas

A agricultura regenerativa exige que o produtor rural tenha um olhar sistêmico para sua propriedade e adote práticas compatíveis com o objetivo do sistema. Importante sempre lembrar que no contexto da produção de alimentos, a agricultura regenerativa é aquela capaz de produzir ao mesmo tempo em que propicia condições para a natureza se recuperar.

É um sistema de produção integrado entre os organismos vivos abaixo e acima do solo, a água, os gases e nutrientes captados e liberados por plantas, animais e microrganismos. Uma rede complexa e que deve ser minimamente interferida.

Após conhecer os princípios da agricultura regenerativa, confirma algumas de suas práticas!

 

Rotação de culturas

A rotação de culturas é uma boa prática para conservar o solo e favorecer o controle de pragas e doenças na lavoura. Quando executada corretamente, a rotação de culturas permite obter um aproveitamento melhor da propriedade.

Para chega lá, comece realizando uma análise do solo e preparando a área. Depois faça o planejamento para a rotação de culturas, sempre utilizando bons insumos e, não esqueça, tendo cuidado com a pulverização.

 

Plantio direto

O Sistema de Plantio Direto (SPD) é um dos tipos de plantio mais adotado nas regiões do Sul e Centro Oeste do Brasil.

Devido à palhada sobre o solo, que promove sua estruturação com os agregados e a matéria orgânica que incrementa a fertilidade, o plantio direto apresenta vantagens como a redução da erosão do solo e a quebra de ciclo de insetos e doenças pela rotação de cultura. Também se destacam o aumento da matéria orgânica e a maior retenção de água no solo.

 

Integração de árvores e animais em sistemas agrícolas

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) consiste na utilização de diferentes sistemas produtivos dentro de uma mesma área. O sistema pode ser implementado em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, com benefício mútuo para todas as atividades.

A ILPF é um sistema de produção que oferece diversas vantagens para o produtor, não apenas para o meio ambiente. O aumento da produtividade aliado à diversificação dos produtos, unindo lavoura, pecuária e florestas, acaba valorizando a própria propriedade.

A implementação do sistema deve começar pela recuperação das áreas devastadas e alguns ciclos de plantio antes da inserção do gado. As matas ciliares e nascentes podem ser recuperadas com reflorestamento, que por sua vez pode ser custeado com o rendimento agrícola do sistema.

 

Utilização de adubos verdes

Adubos verdes são aqueles que contém algumas espécies de leguminosas que, após seu crescimento, são incorporadas ao solo, aumentando os teores de nitrogênio, a matéria orgânica e outros nutrientes. Além disso, também podem ser utilizadas espécies de gramíneas que produzam maior quantidade de material vegetal, assumindo assim, um papel importante na diminuição das perdas de nutrientes do sistema e manutenção de cobertura de solo.

Sempre é bom ressaltar que a adubação é vital para enriquecer o solo com nutrientes quando os minerais estão escassos. Afinal, os adubos são os nutrientes com potencial para fertilizar a terra. Há os adubos orgânicos (esterco, farinha de osso, galhos, folhas) e minerais ou inorgânicos (cloreto de potássio e outras substâncias químicas).

 

Compostagem

Quando manipulados de modo correto, dejetos de animais, restos de culturas, palhas e resíduos agroindustriais, podem suprir parte da demanda de insumos orgânicos necessários na produção agrícola, sem afetar o solo e demais recursos do meio ambiente.

Como muitos desses dejetos e resíduos são perdidos no campo apenas por não serem coletados e reciclados da forma certa, aprender os caminhos da compostagem é algo não só sustentável, como também econômico.

 

Conclusão

A agricultura regenerativa é ótima para o produtor, excelente para o meio ambiente e crucial para o futuro do nosso planeta. Com 22% das emissões de gases de efeito estufa vindos da agricultura, silvicultura e de outras formas de uso da terra, não há mais tempo a perder. É a agricultura regenerativa, focada na saúde do solo, no aumento da biodiversidade e, principalmente, na redução da pegada de carbono da agricultura, que poderá colaborar para virarmos o jogo da crise climática.

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