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Plantas daninhas: o que são, manejo e controle

Postado em 29 de março 2023


Sabemos muito bem que controlar as ervas daninhas que afetam a produção é um trabalho daqueles "sem fim” para fazendeiros e produtores rurais. Ao mesmo tempo em que é desgastante, esse traba...

Sabemos muito bem que controlar as ervas daninhas que afetam a produção é um trabalho daqueles "sem fim” para fazendeiros e produtores rurais. Ao mesmo tempo em que é desgastante, esse trabalho contínuo é de extrema relevância para o sucesso do cultivo das mais variadas culturas.

Equilibrar a importância do controle de plantas daninhas com essa tarefa árdua e por vezes tediosa, é sempre um desafio. Quanto a isso, ninguém duvida. Mas o que também ninguém duvida, é o risco que as ervas daninhas causam na plantação se não forem controladas. Segundo a Embrapa, as perdas causadas por ervas daninhas podem chegar a 15% da produção de grãos, o que significa uma queda substancial da produção.

Para que isso não aconteça, o jeito é respirar fundo e encarar a tarefa. Esteja certo de que o controle e o manejo de plantas invasoras aumentam a produtividade em todas as etapas da lavoura, desde a prevenção ao surgimento e disseminação de doenças, até uma colheita mais fluída, seja ela manual ou mecânica.

Nos próximos parágrafos, vamos lhe mostrar como agir de maneira eficaz no controle de plantas daninhas, de modo a não desperdiçar energia à toa, ao mesmo tempo em que você protege sua produção.

Para que isso dê certo, antes de tudo, é vital primeiro entendermos bem a resposta para a pergunta sobre, afinal, o que são ervas ou plantas daninhas e como realizar o manejo?

 

O que são plantas daninhas

Em resumo, planta daninha é aquela que cresce onde não devia, onde não é desejada. E uma vez que brote onde não se quer, fatalmente causará mais danos do que benefícios no seu cultivo, pelo simples fato de ocupar o lugar da cultura que lhe interessa ao mesmo tempo em que disputa por água, luz e nutrientes do solo.

As plantas daninhas são também conhecidas como plantas infestantes, erva daninha, mato, planta invasora ou erva má, entre outros nomes que variam conforme a região do Brasil.

Como principais características podemos citar:

  • Rápida germinação;
  • Crescimento e florescimento rápidos;
  • Produção elevada de sementes;
  • Sistema radicular abundante;
  • Grande capacidade de absorver nutrientes e água do solo;
  • Rápida disseminação;
  • Resistentes às variações ambientais;
  • Podem liberar toxinas prejudiciais ao desenvolvimento da cultura;
  • Reduzem a qualidade dos grãos;
  • Provocam maturação desuniforme da cultura;
  • Dificultam a colheita.

 

Principais espécies de plantas daninhas nas grandes culturas do Brasil

Os diferentes tipos de ervas daninhas variam conforme a cultura em questão. Abaixo, listamos algumas das principais espécies que afetam culturas importantes do setor agrícola.

Soja

Buva (Conyza spp.); Picão-preto (Bidens pilosa L.), Capim-amargoso (Digitaria insularis L.); Capim-colonião (Megathyrsus maximus) e Joá-de-capote (Nicandra physalodes L.).

 

Milho

Capim-amargoso (Digitaria insularis L.); Capim-pé-de-galinha (Eleunise coracana L.); Buva (Conyza spp.); Picão-preto (Bidens pilosa L.) e Amendoim-bravo ou Leiteiro (Euphorbia heterophylla L.).

 

Algodão

Trapoeraba (Commelina benghalensis L.); Caruru (Amaranthus L.); Capim Pé-de-Galinha (Eleunise coracana L.); Leiteiro ou Amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla L.) e Picão-preto (Bidens pilosa L.).

 

Arroz

Arroz vermelho (Oryza sativa L.); Capim-coloninho (Echinochloa colona L.); Capim-arroz (Echinochloa crus-galli L.); Capim-colchão (Digitaria horizontalis) e Trapoeraba (Commelina benghalensis L.).

 

Por que fazer o controle de plantas daninhas?

O manejo de plantas daninhas traz muitos benefícios à produtividade da lavoura. Afinal, uma lavoura suja (com plantas daninhas) perde produtividade e aumenta o custo de produção.

Entre os benefícios, podemos destacar:

  • Evitar perdas: segundo estudo da Embrapa, plantas daninhas causam perdas que chegam a 15% da produção mundial de grãos todos os anos. Sem o adequado controle, tais perdas podem chegar a 40% na produção de uma lavoura.
  • Evitar a sobrevivência de pragas e doenças: determinadas espécies de ervas daninhas podem abrigar pragas e doenças das culturas, fazendo com que uma quantidade significativa permaneça nas áreas de cultivo no período de entressafra. As pragas sobreviventes também podem ser resistentes às culturas transgênicas, o que pode atrapalhar a preservação dessa tecnologia.
  • Otimizar a colheita: sabemos que as plantas daninhas podem causar prejuízo tanto na colheita mecânica quanto na manual – nesta última, os trabalhadores podem se machucar no contato com os espinhos de certas plantas, como a dormideira. Por sua vez, na colheita mecânica, as ervas daninhas podem prejudicar o funcionamento de colhedoras.
  • Impedir o aumento de infestações: o momento mais eficaz de controlar as plantas daninhas é quando o nível de infestação ainda é baixo. O manejo nas fases iniciais da cultura e a dessecação pré-plantio, são práticas que impedem a propagação/ disseminação das ervas daninhas.
  • Aumentar produtividade: agir para evitar perdas na produção tem como consequência direta o maior rendimento da cultura. Portanto, mãos à obra no controle das plantas daninhas!

 

Como fazer controle de plantas daninhas?

Existem diferentes métodos de realizar o controle de plantas daninhas, sendo que a diferença de um para outro depende de alguns fatores, como o tipo de cultura e o tamanho da área. Para avançar nesta tarefa, é preciso compreender o manejo integrado – que será comentado a seguir, e seus métodos como a solução para esse problema que afeta as lavouras.

Isso porque, com o tempo, apenas o uso constante de herbicidas (método mais tradicional) para combater as ervas daninhas, perde eficiência devido à resistência criada pela planta ao agente químico.

E nunca é demais enfatizar, que as plantas daninhas causam sérios prejuízos na produção. Portanto, sem moleza para elas!

 

Manejo integrado de plantas daninhas

O manejo integrado de plantas daninhas nada mais é do que o uso de diferentes métodos, em conjunto, para enfrentar de maneira mais rápida e eficiente a ação nociva destas espécies que infestam as lavouras.

É um tipo de manejo que une diversas técnicas, como métodos culturais (manejo mecânico e a rotação de culturas); métodos físicos (capinas, mulching); métodos biológicos (inimigos naturais) e métodos químicos (herbicidas e a rotação de herbicidas).

Primeiramente, tudo começa com uma avaliação prévia sobre o histórico da área e os locais de maior incidência das ervas daninhas, além da sua relação com a cultura plantada, as rotações de culturas anteriores e as cultivares escolhidas. Isso permite que você possa descobrir quais são as principais plantas daninhas que prejudicam o ciclo de plantio, bem como das pragas secundárias – aquelas que normalmente não causam tantos danos.

 

Métodos de controle de plantas daninhas

Como vimos, existem diversos métodos de manejo de plantas daninhas e a escolha de qual (ou quais) utilizar dependerá da cultura, das espécies que atacam, do tamanho da área, do relevo e mesmo da mão de obra e equipamentos disponíveis.

Desde já, é importante salientar que não é necessário utilizar todos os métodos de controle ao mesmo tempo. O ideal é usar os mais adequados à cultura de interesse aliado às características da área de plantio.

  • Método Preventivo: é a cuidadosa limpeza dos equipamentos para evitar que eles sejam vetores de sementes no campo de cultivo.
  • Método físico: se trata da realização de capina manual, quando é usado o processo de remover manualmente as plantas daninhas da terra, ou da capina mecânica, que envolve o uso de equipamentos mecânicos como enxadas, cultivadores ou roçadeiras, para cortar ou arrancar as plantas daninhas. Além disso pode ser usado o mulching, que é o uso de uma camada de material orgânico, como folhas ou palha, colocada sobre o solo para impedir o crescimento de plantas daninhas.
  • Método cultural: refere-se a evitar com que os métodos de plantio potencializem o surgimento das ervas daninhas. O método tem a ver com a rotação de culturas (gramíneas e leguminosas), o espaçamento correto (para não dar brecha às plantas daninhas) e o plantio na época certa. É necessária muita atenção para o uso de adubo orgânico, pois pode incluir terra com sementes ou rizomas indesejados. 
  • Método mecânico: é o uso de enxadas e cultivadores (enxada fixa ou rotativa) e até o arranque manual das ervas daninhas do solo.
  • Método químico: o uso de herbicidas segue sendo um método eficaz, desde que não seja a única opção (pois com o tempo as plantas daninhas podem criar resistência) e se conheça a ação do produto, assim como aplicado de maneira correta.

 

Conclusão

O importante é ter em mente que, por mais que seja um trabalho chatinho e, digamos, "eterno", o controle das ervas daninhas é fundamental à toda cadeia de processos da lavoura, principalmente para evitar doenças e otimizar a colheita e produção.

 

 

 

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