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Seis profissões que irão explodir no Agro

Postado em 16 de novembro 2022





De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), cerca de 18 milhões de pessoas atuaram no agronegócio brasileiros em 2021, o que representa um aumento de 5,5% em re...

 

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), cerca de 18 milhões de pessoas atuaram no agronegócio brasileiros em 2021, o que representa um aumento de 5,5% em relação ao ano anterior. Não é de hoje que o setor tem sido fundamental na economia do País. Também segundo o Cepea, o agronegócio alcançou a participação de 27,4% no PIB do Brasil em 2021, o maior índice desde 2004, quando foi de 27,5%.

O trabalho desenvolvido por milhões de pessoas na cadeia produtiva do agronegócio é

bem diverso, com destaque para a atuação de profissionais como engenheiros agrônomos, veterinários, biólogos e engenheiros florestais, entre outras especialidades.

Nesse cenário amplo e que abrange diversas atividades, deve-se ressaltar a influência das novas tecnologias e a crescente preocupação com a agricultura sustentável. Ambos os fatores estão impulsionando significativas inovações no campo, uma transformação que tem ocorrido de maneira rápida e que resulta na demanda de novos tipos de profissionais.

 

Um mercado de trabalho emergente e carente de profissionais capacitados

Nos próximos dois anos, oito novas carreiras ligadas ao agronegócio devem criar 178,8 mil oportunidades de trabalho. Porém, a previsão é de que só haja cerca de 32,5 mil profissionais qualificados para preenchê-las – uma defasagem de 82%. A previsão é do estudo intitulado "Profissões emergentes na era digital: oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde".

A pesquisa foi realizada, em 2021, pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

As seis novas profissões que devem obter destaque no futuro do agronegócio são: técnico em agricultura digital; engenheiro agrônomo digital; operador de drones; Produtor urbano; engenheiro de automação agrícola; e cientista de dados agrícola.

A pesquisa indica que a agricultura será ainda mais impactada pela digitalização no pós-pandemia, além de contribuir para um modelo de desenvolvimento que alia fatores sociais, ambientais e econômicos.

 

Operador de Drones

O uso de drones na produção agrícola tem cada vez mais comprovado sua importância no aumento da produtividade. Nos últimos anos, a ferramenta tem ganhado espaço e, aos poucos, deixa de ser uma mera novidade para conquistar protagonismo.

São diversas as possibilidades do uso de drones na rotina do trabalho no campo. As mais frequentes têm sido para pulverização aérea, mapeamento de solo ou mapeamento de fertilidade.

Dentre os requisitos exigidos para este profissional estão os cursos especializados de operação de drones, aviação, conhecimento de rotas, velocidade e aceleração.

 

Técnico de Agricultura Digital

O Técnico de Agricultura Digital é o profissional com a tarefa de melhorar a produção das fazendas por meio da digitalização.

Para alcançar o resultado, ele precisa reunir conhecimento dos processos do campo com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Uma interface que combina aprendizados tais como agricultura e plantio, recirculação das águas, plantio inteligente, tecnologias sustentáveis e tecnologias de digitalização.

 

Produtor Urbano

É o profissional que terá a missão de produzir alimentos em pequenas propriedades rurais voltadas para o consumo humano, como hortaliças, legumes, frutas e leguminosas.

A profissão de Produtor Urbano segue a tendência “Farm to Table”, ou seja, diretamente da fazenda para a mesa. Essa aliança tem sido cada vez mais comum entre restaurantes e produtores, de modo a não haver intermediários entre a origem e o destino final do produto.

A parceria direta com o Produtor Urbano possibilita com que o chef de cozinha obtenha um ganho na qualidade do ingrediente e na segurança alimentar, ao mesmo tempo em que o negócio também é vantajoso para o produtor, pois ele consegue um lucro maior da sua venda.

Para ganhar esse mercado, o Produtor Urbano tem o desafio de produzir com quantidade e qualidade em uma área pequena e, em alguns casos, de difícil manejo. Os requisitos de formação incluem a tecnologia de digitalização; plantas e formas de plantio; análise de dados da produção agrícola; além de conhecer o relevo e a topografia da região onde atuará.

 

Engenheiro Agrônomo Digital

O Engenheiro Agrônomo Digital é o profissional que alia conhecimentos de engenharia agronômica com agricultura digital, tendo como função projetar fazendas com base nas novas tecnologias.

Prestar consultoria e assistência técnica para diferentes propriedades via os meios digitais, como internet e outras tecnologias, também está no escopo da sua atuação. Afinal, a assistência presencial é um desafio constante para grandes empresas e cooperativas e o meio digital tem grande potencial em auxiliar nessa tarefa.

O mesmo pode ser dito com relação as muitas pequenas propriedades existentes em todo o Brasil e que carecem de consultoria e assistência técnica.

Para colaborar no desenvolvimento dessa atividade há o programa Ater Digital, que visa aumentar o acesso do campo à internet, principalmente por meio do 5G. A estimativa é que haja ampliação de até 90% de acesso nos próximos 10 anos.

As habilidades do Engenheiro Agrônomo Digital devem incluir ainda o conhecimento sobre plantas e formas de plantio, análise de dados da produção agrícola, relevo e topografia da região em que irá atuar.

 

Cientista de Dados Agrícolas

Conhecimento do mercado agrícola, softwares, plantio e geoprocessamento são as principais característica da formação do Cientista de Dados Agrícolas. Análise de dados, programação e estatística são também requisitos para esse profissional.

Atualmente, a grande quantidade de dados criados no agronegócio devido as novas tecnologias exigem a presença de pessoas especializadas em analisá-los. São informações importantes para a otimização do trabalho no campo e para o desenvolvimento de novas culturas, novos híbridos, calibração de adubação, entre outros aspectos da produção agrícola.

De certa forma, o Cientista de Dados Agrícolas é um profissional que muitas pessoas imaginaram atuando presencialmente no campo, todavia isso não é exatamente necessário e ele pode estar no escritório em uma grande cidade analisando os dados do campo.

 

Engenheiro de Automatização Agrícola

O Engenheiro de Automatização Agrícola é o profissional especializado na área de automação para a agricultura. Seu conhecimento passa pelas tecnologias de automação, agricultura e diferentes plantios, além de processos agrícolas, trabalho remoto e conectividade.

Principalmente em trabalhos mais pesados, a automatização por meio de máquinas e sistemas está sendo acelerada devido a carência e o alto custo da mão de obra especializada no campo, em diversas regiões do Brasil. Mesmo propriedades pequenas sentem a necessidade de seguir por esse caminho.

As funções do Engenheiro de Automatização Agrícola incluem montar e operar sistema de irrigação, pulverização, plantio, colheita e limpeza. Pelo seu amplo espectro e importância de atuação, é um profissional que tende a ser bastante requisitado nos próximos anos.

Além das profissões destacadas neste texto, o estudo "Profissões emergentes na era digital: oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde" ainda cita o Designer de Máquinas Agrícolas e o Técnico em Agronegócio Digital.

O primeiro é responsável por desenvolver máquinas que sigam padrões de sustentabilidade ambiental, econômica e social, com conhecimento e formação em áreas como desenvolvimento de produto, tecnologias de digitalização, design e sustentabilidade.

Já o Técnico em Agronegócio Digital é o profissional focado em negócios, a partir do uso de TICs, considerando todos os elementos do campo, desde o plantio, os cuidados com animais e o clima. Os requisitos de formação incluem a análise de dados, programação e gestão.

 

Desafio para as universidades e cursos de especialização

As novas carreiras ligadas ao agronegócio representam, desde já, um desafio e uma oportunidade para o setor educacional brasileiro. O déficit de formação desses profissionais necessariamente terá que ser suprido para dar conta do cenário futuro.

Na opinião de Alejandro Frank, diretor do Núcleo de Engenharia Organizacional da UFRGS e um dos autores do estudo sobre profissões emergentes no agronegócio, é preciso investir na formação de professores, na atualização constante dos currículos e na criação de novos cursos. Frank também destaca a necessidade de incentivar a interdisciplinaridade e desenvolver políticas de inclusão digital a médio prazo.

Já Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai e também participante da pesquisa, lembra que a oferta do curso técnico no Ensino Médio está prevista no modelo do Novo Ensino Médio. Entretanto, da teoria à prática, o Novo Ensino Médio ainda enfrenta muitas dificuldades para sair do papel.

Por sua vez, o gerente de Educação do Senai de Mato Grosso, Carlos Braguini, pondera que o ensino híbrido (presencial e à distância) ou totalmente on-line pode ser uma boa estratégia para requalificar os profissionais que já estão no campo.

 

Conclusão: O agro é trabalho, o agro é inovação, o agro é TOP!

Ao avançar na segunda década do século 21, muitos setores da economia passam por profundas transformações que alteram e reconfiguram o mercado de trabalho. Enquanto umas profissões perdem prestígio, outras ganham protagonismo.

Neste universo em constante evolução, o agronegócio se destaca seja pela necessidade de alcançar maior produtividade ou pela exigência de atuar de modo mais sustentável.

O setor sempre esteve e, provavelmente, sempre estará alinhado com o surgimento de novas tecnologias e processos inovadores. Por isso, na esteira das grandes transformações tecnológicas em curso, tudo indica que o agronegócio dará um grande salto nos próximos 10 anos.

O Brasil e os profissionais da área devem estar preparados para aproveitar as oportunidades que virão e, assim, manter o País na posição de vanguarda mundial do agronegócio.

 

 

 

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