Postado em 30 de janeiro 2025
A colheita no momento certo é fundamental em qualquer cultura e com os frutos não é diferente. O dia da colheita é determinado a partir de diversos fatores, como o tipo de planta, as condições climáticas e o estágio de maturação dos frutos. A escolha do momento certo da colheita tem reflexo direto na qualidade e na quantidade da produção agrícola.
No que se refere a qualidade, frutos com boa aparência (incluindo cor da casca, forma, tamanho), saborosos e cheirosos evidentemente têm maior apelo no mercado. Afinal, produtos de melhor qualidade e que satisfaçam as exigências do consumidor, levando em conta aspectos de saúde e preservação ambiental, são cada vez mais demandados no mercado.
Por tudo isso, conhecer e aplicar dicas certas na colheita de frutos é um conhecimento de grande valor. Siga a leitura e entenda mais sobre o assunto!
Essa pergunta parece ter respostas óbvias, mas na prática não é bem assim. De início, vale destacar que quando a fruta é colhida antes do momento certo de maturação, ela pode ter sabor insípido, com textura inadequada e menor valor nutricional. Por outro lado, se a colheita for feita tarde demais, a fruta pode perder a turgidez, a acidez ou o frescor desejado.
Ou seja: colher no momento correto garante que os frutos estejam no pico de maturação, com sabor e textura no ponto ideal. Outra vantagem da colheita no tempo certo é evitar perdas devido a pragas, doenças ou condições climáticas adversas, como excesso de chuva ou longas secas.
Outra grande vantagem é que colher no momento ideal repercute na quantidade de frutos que a planta produzirá no futuro, um aspecto que muitas pessoas desconhecem. Assim, uma colheita errada pode afetar o ciclo de vida da planta e a produção nas próximas safras; ou ainda, quando as plantas são frequentemente mal colhidas, elas podem perder rendimento devido à perda de energia.
Se o ponto ideal influencia na qualidade e quantidade dos frutos, a questão passa a ser como identificar esse ponto ideal. Não é difícil e conhecer alguns “truques” que ajudam muito.
Frutos que ficam na planta por muito tempo podem se tornar maduros demais, apresentar rachaduras, apodrecer ou atrair pragas. A colheita tardia também pode comprometer o ciclo de cultivo, atrasar os tratos culturais da próxima safra e afetar a rentabilidade do produto.
No sentido oposto, quando a colheita é realizada antes da hora certa, ela pode resultar em produtos de qualidade inferior, com sabor e textura comprometidos. A colheita prematura também pode resultar numa produção menor, pois os frutos não tiveram tempo para se desenvolverem plenamente.
Como exemplos, frutas como maçãs e peras mudam de cor e tamanho à medida que amadurecem, enquanto mangas ou abacates podem ser avaliadas pelo toque, que deve ser firme, mas ceder levemente à pressão. Outros frutos, como o tomate, atingem o ponto ideal quando começam a exalar um aroma mais doce.
O tamanho e a cor da casca também são bons indicativos para avaliar o ponto ideal de maturação, desde que se leve em conta as características próprias de cada espécie, afinal, cada fruta tem sua particularidade. A banana, por exemplo, amadurece mais rápido em temperaturas mais altas; já o abacaxi precisa ser colhido quando está dourado, pois continua amadurecendo após a colheita – característica própria dos frutos climatéricos.
Abacaxi, maçã, pêssego, manga, goiaba, melancia, mamão e tomate também são frutos climatéricos, ou seja, têm aumento na produção de etileno após a colheita, o que acelera o amadurecimento e pode afetar sua textura, sabor e cor. Na prática, são frutas que continuam a amadurecer mesmo após serem colhidas e o processo de senescência ocorre mais rápido.
Ao entender essa dinâmica dos frutos, há meios de adiar a maturação e o envelhecimento. Uma dica é colher os frutos climatéricos enquanto eles ainda estão verdes e depois otimizar o tempo de conservação, guardando-os em condições controladas.
Em sentido oposto, os frutos não climatéricos, como morango, uva, tangerina, limão e laranja, não continuam a amadurecer após a colheita e seu ponto ideal de amadurecimento ocorre enquanto ainda estão na planta. Assim, são frutos que devem ser colhidos apenas quando alcançarem a melhor fase de maturação.
Uma vez que o produtor saiba o momento ideal de maturação das frutas, é preciso ter cuidado na hora de efetivar a colheita. Nesse momento, alguns equipamentos simples fazem toda a diferença.
No caso de frutas de casca mais dura, como maçã ou pêssego, o recomendável é usar tesoura de poda ou faca bem afiada, que evitam danos nas frutas e na planta. Já frutas com casca mais delicada, como uva ou morango, o ideal é usar luvas finas ou cestas com divisórias para evitar amassar as frutas.
Há também aqueles frutos que estão em locais altos, como no caso da laranja, manga e mamão. Nestes casos, o uso de varas extensíveis ou escadas é importante para alcançar os frutos sem risco de machucá-los. Em qualquer situação, é fundamental que as ferramentas estejam em bom estado de conservação, afiadas e limpas para evitar a propagação de doenças e garantir uma colheita de sucesso.
Tendo a ferramenta certa para manusear, a fruta deve ser cortada suavemente, sem puxá-la ou forçar seu desprendimento. É por isso que o uso de tesoura ou faca faz tanta diferença. Afinal, ao invés de puxar a fruta com as mãos, o corte suave evita que ramos ou outros frutos sejam danificados.
Nos casos em que a fruta não se soltar facilmente, atenção: não insista! Isso apenas significa que ela ainda não está madura e forçar sua colheita pode prejudicar a planta. O manuseio cuidadoso é vital para evitar escoriações na casca, que podem prejudicar a qualidade do fruto e acelerar sua deterioração.
Lembre-se sempre que manter a planta intacta, sem quebrar galhos ou atingir outras partes da cultura, é o melhor meio para garantir que ela continue a produzir frutos em quantidade e qualidade nas safras seguintes.
Escolher o adubo certo é sempre uma questão importante e que pode causar dúvidas no produtor. Plantas de folhas bem verdes, por exemplo, se beneficiam de adubos ricos em nitrogênio e que estimulam o crescimento da folhagem. Por sua vez, plantas frutíferas exigem adubos com maior quantidade de fósforo e potássio, nutrientes que ajudam no desenvolvimento e formação de frutos saudáveis.
A escolha entre adubos orgânicos e sintéticos costuma ser uma questão. A resposta é que tudo depende do tipo de cultivo e do solo. Adubos orgânicos, como compostos de esterco, restos de plantas ou compostagem, são mais benéficos à saúde do solo no longo prazo, pois melhoram sua estrutura, a atividade microbiana, aumentam a retenção de água e a fertilidade. São adubos de origem animal ou vegetal, com menor concentração de nutrientes e ação mais lenta.
Já os adubos sintéticos (também chamados de adubo inorgânico ou mineral) fornecem nutrientes de forma mais rápida e concentrada, têm rápida assimilação pelas plantas e são usados principalmente na agricultura em larga escala. Entretanto, seu uso excessivo pode prejudicar o equilíbrio do solo e, por isso, a aplicação deve ser feita de maneira equilibrada para evitar sobrecarga que possa prejudicar a planta. Os adubos sintéticos têm as rochas como matérias-primas e são obtidos a partir de processos físicos, químicos ou físico-químicos.
O principal benefício do adubo é o aumento da produtividade, pois fornece os nutrientes essenciais que as plantas precisam para seu desenvolvimento.
Quem trabalha no campo sabe bem que existem muitos insetos que danificam as plantas, ainda assim, para serem consideradas pragas, eles precisam causar prejuízos em grande escala na área plantada. Quando isso acontece, as pragas agrícolas são capazes de reduzir a produtividade e qualidade dos cultivos, além de também transmitirem doenças.
É importante entender que cada ambiente tem características agroclimáticas próprias que proporcionam mais ou menos condições de sobrevivência aos seres vivos, bem como à proliferação de doenças. Cada tipo de cultura também tem pragas e doenças específicas ou que mudam conforme a espécie ou família vegetal. Por isso, é vital que o produtor conheça quais são os tipos de pragas e doenças que podem afetar a sua lavoura, assim como modos de identificação e controle.
O interessante é que cada tipo de praga deixa um rastro específico que ajuda na sua identificação. Os pulgões, por exemplo, podem ser vistos em grande quantidade nas folhas mais novas. Sua coloração na fase adulta e ninfa varia de amarelada, branca, preta, vermelha e verde, mas sempre com aparência semelhante. Com hábito alimentar sugador, os pulgões causam amarelecimento das folhas e encarquilhamento (folhas retorcidas e redobradas que servem de abrigo). Devido a alimentação, eles ainda soltam substâncias açucaradas que favorecem o desenvolvimento do fungo fumagina.
Para combater pragas, é possível adotar métodos naturais como o uso de insetos benéficos (joaninhas, por exemplo) que atacam os invasores. Repelentes naturais, como o óleo de neem ou a calda de fumo, também são boas alternativas. Todavia, para ter ajuda dos insetos benéficos, é preciso fazer o controle biológico conservativo - que significa criar um ambiente que favoreça a vida dos insetos que vão lhe ajudar a combater as pragas.
Outro caminho é haver insetos que se alimentam das pragas. Os marimbondos, por exemplo, comem muitos insetos que podem ser pragas, o mesmo “serviço” é feito pelas joaninhas, que comem pulgões e lagartinhas. As joaninhas também consomem pólen, portanto, se o ambiente tiver pólen, elas terão mais vigor, viverão mais e serão mais férteis.
Além dos insetos aliados, a rotação de culturas também é uma prática eficiente para evitar que pragas fiquem de forma permanente na plantação e ainda controlar doenças. A rotação de culturas, quando possível, proporciona maior equilíbrio ao meio ambiente, aumenta a fertilidade da área de produção, assim como sua diversidade, o que acaba favorecendo para que inimigos naturais das pragas convivam no mesmo local.
Por fim, em casos mais graves, o produtor pode ter que recorrer ao uso de pesticidas. Se essa for a escolha, é fundamental ter cautela para não afetar a qualidade dos frutos e o meio ambiente.
Até aquele fruto saboroso chegar na nossa boca há um longo e delicado caminho. Conhecer o ponto de maturação ideal, usar as ferramentas certas na colheita, o melhor adubo e cuidar das pragas são etapas de um processo cujo objetivo final é oferecer um produto gostoso, nutritivo e saudável. Não são etapas exatamente difíceis de serem executadas, mas merecem atenção e conhecimento.