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O que são os fenômenos La Niña e El Niño e suas consequências para a agricultura no Brasil

Postado em 30 de maio 2023


Desde os primórdios da civilização, a humanidade foi aprendendo a se relacionar com o clima para desenvolver a agricultura. Foi assim nos mais variados lugares do planeta, com os mais distintos...

Desde os primórdios da civilização, a humanidade foi aprendendo a se relacionar com o clima para desenvolver a agricultura. Foi assim nos mais variados lugares do planeta, com os mais distintos povos. Clima e agricultura sempre andaram juntos. Afinal, as diferentes condições meteorológicas afetam a produção agrícola – e hoje sabemos bem disso.

No Brasil, devido às grandes dimensões territoriais, as preocupações e dificuldades que a agricultura enfrenta são diferentes em cada uma das regiões.

No Nordeste, por exemplo, a seca é um dos maiores desafios, especialmente nos territórios áridos do sertão nordestino. No Sul, nos últimos tempos, a seca também tem sido um fator de grande preocupação para os agricultores.

Já na região Sudeste, a geada pode prejudicar a produção de culturas sensíveis ao frio, como o café. O granizo é outra preocupação, pois pode danificar as plantações.

Se há seca num lado e geada no outro, há água demais em algumas partes do Brasil, com chuvas excessivas que causam enchentes e erosão do solo. Tais eventos podem ocorrer especialmente em regiões com relevo mais acentuado, como a região Sudeste.

Para além das condições climáticas que ao longo da história a humanidade sempre teve que lidar, há também alguns fenômenos meteorológicos (anomalias climáticas) que acontecem de tempos em tempos e que já são velhos conhecidos dos produtores brasileiros: La Niña e El Niño.

Você já ouviu falar? Sabe o que significa?

Se não conhece, siga a leitura, pois iremos explicar o que são estes dois fenômenos, as principais diferenças, como eles afetam o cultivo e as possíveis formas de precaução e minimização de suas consequências no setor agrícola.

Vem com a gente!

O que são anomalias climáticas?

Com o aquecimento global, os eventos extremos do clima são mais frequentes a cada ano. Seja em chuvas torrenciais, ou ondas de calor que atingem diversos continentes, inclusive o Ártico e a Antártida, os recordes se acumulam e chamam a atenção dos especialistas.

O Brasil sofre influência de dois tipos principais de fenômenos: El Niño e La Niña, caracterizados pelo aquecimento ou resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico na região equatorial.

O que é o fenômeno La Niña?

La Niña é uma anomalia climática caracterizada pelo resfriamento das águas do oceano Pacífico. O fenômeno é causado pela interação entre os ventos alísios (que sopram de leste para oeste) e as correntes oceânicas do Pacífico, deslocando a camada superficial de água quente para o oeste e causando o resfriamento anormal das águas.

O nome La Niña significa “a menina” em espanhol. O fenômeno foi nomeado por corresponder ao oposto do El Niño (“o menino”).

Especialistas explicam que as origens de La Niña remontam à dinâmica do clima global, incluindo a atividade solar e a mudança climática em curso nas últimas décadas.

Quando ocorre e suas origens

O fenômeno tem origem na região do Pacífico Equatorial, na zona intertropical do planeta, e provoca alterações sazonais na circulação geral da atmosfera.

O tempo de duração pode ir de 9 a 12 meses, sendo que sua frequência ocorre entre períodos de 2 a 7 anos. A última vez foi entre 2020 e 2022.

Consequências do La Niña

No Brasil, o fenômeno é responsável por chuvas fortes no Norte e Nordeste, com frentes frias mais frequentes nos estados nordestinos, o que contribui para maiores índices pluviométricos.

Em sentido oposto, La Niña causa calor e seca intensa no Sul, com os respectivos impactos que tais eventos climáticos causam na agricultura em todas as regiões afetadas.

Os consequências do evento variam no Centro-Oeste e no Sudeste. Mais recentemente, La Niña provocou a queda das temperaturas nessas regiões e um aumento relativo no volume de chuvas.

Regiões do Brasil mais impactadas

O Nordeste, parte da região Norte, e o Sul do País, são as regiões mais impactadas pelo fenômeno. Porém, isso não significa que as outras regiões também não sejam.

O Sudeste e o Centro-Oeste igualmente têm sentido os efeitos dessa anomalia climática. A diferença é que nestas regiões os efeitos são menos previsíveis. Enquanto em algumas ocasiões há escassez de chuvas, em outras, como é o caso do La Niña mais recente, houve fortes chuvas e queda das temperaturas em períodos atípicos, como nos meses iniciais do verão.

O que é o El Niño?

El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico. O fenômeno altera temporariamente a distribuição de umidade e calor no planeta, principalmente na zona tropical.

A consequência é uma série de mudanças climáticas no mundo, incluindo chuvas torrenciais em algumas áreas e secas em outras.

Quando ocorre o El Niño e suas origens?

El Niño é um fenômeno climático com período de ocorrência a cada 5 a 7 anos, com duração média que varia entre um ano e um ano e meio.

Causado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, ele altera as correntes oceânicas e os padrões climáticos em todo o mundo. Com a modificação do padrão de circulação atmosférica sobre o Pacífico, o El Niño é responsável por modificar  a distribuição da umidade e temperatura em várias partes do planeta.

El Niño está diretamente associado aos ventos alísios — um sistema de ventos que sopra em direção ao Equador no sentido leste–oeste. Em anos de ocorrência do fenômeno, os alísios apresentam intensidade menor do que a convencional. Dessa forma, a ressurgência de água fria na costa oeste da América do Sul perde força e a água quente avança sobre a região, causando a elevação das temperaturas gerais do oceano.

A anomalia foi descoberta por pescadores no litoral do Peru. Na região, é comum a ressurgência de águas frias e profundas em camadas superiores, trazendo nutrientes para próximo da superfície e favorecendo a atividade pesqueira. Certa vez, num período atípico, os pescadores notaram uma baixa produtividade associada a correntes de água mais quentes do que o habitual para a época do ano.

Como o período da observação dos pescadores foi próximo do Natal, se batizou o fenômeno com o nome El Niño, uma referência, na língua espanhola, ao menino Jesus (el niño significa "o menino”).

Consequências do El Niño para agricultura

El Niño causa chuvas torrenciais em algumas regiões do mundo e duras secas em outras. A brusca alteração climática tem imediatos impactos na agricultura, como perdas de colheitas e aumento dos preços dos alimentos.

Ao significar mudanças na temperatura global, o fenômeno também pode alterar a distribuição de espécies animais e vegetais.

Em 2015 e 2016, a alteração climática causou uma das mais graves secas já registradas na região Nordeste do Brasil, afetando seriamente a produção de grãos, frutas e legumes.

Quais regiões do Brasil são mais impactadas pelo El Niño?

No Brasil, o fenômeno causa condições muito contrastantes no território nacional, com secas prolongadas nas regiões Norte e Nordeste e chuvas intensas e volumosas no Sul.

A seca severa no Norte e Nordeste leva ao aumento do risco de incêndios florestais devido ao calor extremo e à falta de umidade, além dos prejuízos econômicos e, sobretudo, à saúde das pessoas. A seca nestas regiões também causa perdas significativas na produção agrícola.

No extremo oposto, El Niño representa chuvas muito intensas e volumosas na região Sul, principalmente nos meses de primavera e na transição do outono para o inverno. As temperaturas também tendem a aumentar para valores acima da média.

Por sua vez, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, as consequências do fenômeno são  menos previsíveis. A tendência é de aumento das chuvas em algumas áreas, especialmente no Centro-Oeste, com padrões de temperatura mais elevados, principalmente para o inverno.

Qual a Diferença entre La Ninã e El Niño?

Como já podemos perceber, o El Niño é caracterizado pelo aumento da temperatura na superfície do oceano Pacífico na zona equatorial. No Brasil, o fenômeno causa redução das chuvas nas regiões Norte e Nordeste e aumento das chuvas no Sul, afetando a produção de alimentos como café, milho e soja.

La Niña, por sua vez, é o contrário. Trata-se da diminuição da temperatura na superfície do oceano Pacífico na zona equatorial. Como resultado, o clima é afetado em todo o mundo, principalmente nas Américas. No Brasil, o La Niña pode causar redução das chuvas no Sul e aumento das chuvas no Norte e Nordeste, afetando a produção de grãos.

Como se vê, embora sejam fenômenos opostos, ambos afetam o clima de forma significativa e, como consequência, afetam também a produção agrícola.

Como prevenir perdas agrícolas no El Niño e no La Niña

Se antecipar para ocorrência do El Niño e da La Niña é uma medida que o agricultor pode e deve tomar. Ao se preparar com antecedência, o produtor rural tem tempo para tomar as decisões mais corretas, com base em informações melhor fundamentadas, sobre o plantio e a colheita.

Existem vários indicadores que podem ser usados para prever esses eventos climáticos.  Uma das principais ferramentas é o monitoramento da temperatura da superfície do mar, que pode indicar quando o clima está mudando. As agências meteorológicas também monitoram a pressão atmosférica e as correntes de vento para identificar padrões climáticos que possam indicar a chegada do El Niño ou do La Niña.

No Brasil, uma boa fonte sobre o assunto é o site do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com a mudança climática em curso, o tema também tem sido destaque na imprensa, portanto, vale ficar ligado no noticiário.

Ao se preparar para esses eventos climáticos, os agricultores podem planejar o cultivo de culturas mais resistentes às secas ou inundações. Também é possível adotar práticas agrícolas que ajudem a conservar a água do solo, como o plantio direto e a rotação de culturas.

Outra questão importante é fazer o uso de produtos que tenham tecnologias que auxiliem a manutenção das plantas, aumentando a capacidade de tolerar e reverter os efeitos de estresses. Como exemplo, citamos o BioGain Nut, fertilizante com ação bioestimulante à base de algas e aminoácidos com micronutrientes quilatados, e também  o BioGain Amino Liq, outro fertilizante com aminoácidos de ação bioestimulante e rico em nitrogênio.

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