Postado em 06 de setembro 2023
Como já podemos ver em outro artigo, a finalidade da análise de solo é essencial para compreender suas características e determinar as melhores práticas de manejo. Afinal, toda boa colheita começa com um solo bem tratado.
A pergunta que resta é: e como fazer a análise do solo?
Para responder a questão, neste segundo artigo sobre o tema, vamos mostrar o passo a passo para fazer a coleta para análise de solo.
Quer saber mais? Então vamos em frente!
O primeiro passo para fazer a análise do solo é definir o local (ou locais) de coleta. Para isso, deve-se se levar em conta o histórico de manejo, a textura e coloração do solo, e o relevo do terreno.
Tanto a definição do local quanto as técnicas de amostragem são etapas cruciais no processo de análise de solo. A dica é escolher glebas homogêneas para a amostragem, dividir a fazenda em porções, e realizar a coleta adequada das amostras de solo. Desse modo é possível obter informações precisas sobre a fertilidade, composição e características do terreno.
Também é importante coletar diversas sub amostras, porque isso vai criar uma amostra composta representativa do solo dos locais selecionados.
As chamadas técnicas de amostragem, por sua vez, incluem a limpeza da área, o uso de ferramentas adequadas, o corte do solo com enxadão, a retirada de uma parcela da parede da cova e a mistura das amostras em um balde.
E lembre-se: é essencial identificar corretamente cada amostra e enviá-las para um laboratório confiável, credenciado, garantindo assim resultados precisos e confiáveis para a interpretação do resultado e, posteriormente, adotar as melhores decisões para o seu plantio.
Embora seja um procedimento importante para planejar o cultivo, existe uma época ideal para se fazer a análise de solo. Em termos gerais, as melhores datas para se fazer a coleta de solo e análise do solo é no período de seca, entre o outono e o inverno.
Vale ressaltar que convém respeitar os três meses antes do semeio, plantio ou transplantio, com algumas diferenças entre as pastagens. Para as pastagens estabelecidas, a recomendação é que o procedimento ocorra três meses antes do máximo crescimento vegetativo da pastagem.
Nas culturas perenes é um pouco diferente e a amostragem, e posterior análise do solo, deve acontecer logo após a colheita. Nestes casos, o produtor pode também optar por realizar o processo cerca de dois meses após o último parcelamento de adubação.
Por fim, a etapa final será a interpretação de resultados.
Lembre-se que uma amostra corresponde a uma porção mínima do todo, afinal, não é possível analisar a integra do solo da propriedade, por isso é necessário coletar amostras representativas da área a ser cultivada.
Mas não se preocupe, não é nada complicado aprender a fazer a divisão da sua fazenda em porções de terra menores para realizar a coleta de amostras de solo de maneira eficiente. Siga e leitura e você verá!
Quanto mais heterogênea for a área, maior o número de pontos de amostragem de solo. Comece dividindo a área em glebas homogêneas, levando em consideração a textura do solo, coloração, topografia, vegetação, sistema de cultivo, adubação e calagem anteriores.
Colete 20 sub amostras de cada gleba, misture-as para formar a amostra composta e envie uma porção para análise no laboratório.
Uma vez entendido como dividir a fazenda em porções de terra menores, chegou a hora de determinar os pontos de amostragem em cada gleba.
Em geral, boas práticas de técnicas de amostragem recomendam de 15 a 20 pontos de amostragem de solo por gleba, distribuídos de forma aleatória ou em um padrão sistemático.
Dessa forma, se garante que os pontos de amostragem representem adequadamente a área para a análise de solo.
Depois dos pontos de amostragem selecionados, hora de botar a mão na massa, ou melhor, a mão na terra.
Acompanha o passo a passo para saber como extrair a amostra de solo dos locais demarcados.
Como toda tarefa no campo, ter os instrumentos corretos é essencial. Anote então a lista dos equipamentos necessários: uma pá de corte; um balde limpo; um enxadão ou trado (holândes, rosa ou sonda); sacos plásticos para acondicionar as amostras; etiquetas para identificação das amostras; e uma prancheta para anotações.
Comece limpando cuidadosamente a superfície do solo em cada ponto de amostragem previamente marcado. Remova qualquer resíduo de vegetação, folhas, pedras ou detritos que possam interferir nos resultados.
Chegou a hora de fazer a coleta. Atenção que, nesta etapa do processo, há diferentes profundidades de amostragem com base nos sistemas de cultivo.
Em áreas com plantio direto, integração lavoura-pecuária e pastagens, a coleta do solo deve ser feita nas camadas de 0 cm a 10 cm do solo e de 10 cm a 20 cm.
Para lavouras conduzidas no sistema de plantio convencional, a profundidade de de coleta deve ser de 0 cm a 20 cm.
Já para a detecção de deficiências de cálcio e toxidez por alumínio, a coleta deve ser realizada em profundidades maiores de amostragem, entre 20 cm a 40 cm e entre 40 cm e 60 cm.
Colete a amostra do solo retirado na etapa anterior e coloque-a no balde limpo. Repita esse processo em cada ponto de amostragem. Importante etiquetar o balde marcando a profundidade do solo recolhido.
Após coletar todas as amostras de cada ponto, misture bem o solo dentro do balde para obter uma amostra composta representativa da gleba.
Retire uma porção de aproximadamente 500g do solo misturado e coloque-a num saco plástico limpo. Novamente, certifique-se de identificar corretamente o saco plástico com as informações relevantes, como a localização da amostra, profundidade de amostragem (se para plantio direto ou plantio convencional), a data da coleta e um número de identificação.
O sucesso de todo o trabalho feito até aqui dependerá agora da escolha do laboratório que fará a análise de solo. Por isso, é fundamental escolher um laboratório especializado e confiável para garantir resultados precisos.
Vale destacar que resultados incorretos levarão a erros na interpretação da análise de solo.
Portanto, fique atento e nada de vacilar na reta final do processo!
A Embrapa Solos coordena e recomenda os laboratórios participantes do Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade (PAQLF). Participam do programa os laboratórios que utilizam o Método Embrapa de Análise de Solos.
Além destes, conversa com colegas produtores para descobrir outro laboratório na sua região. O fundamental é fazer o envio das amostras para um laboratório de análise de solo realmente confiável.
Finalmente, é chegada a hora da última etapa de todo o processo! Agora é a vez de aprender a interpretar os resultados da análise de solo e entender como utilizar as informações obtidas para melhorar a produção na sua fazenda.
A interpretação dos resultados indicará a fertilidade do solo, a eventual necessidade de correção do solo e a melhor adubação, entre outras informações que possibilitam
A análise de solo é um processo fundamental para garantir o bom desenvolvimento das culturas na agricultura. Todavia, para obter o resultado esperado, é muito importante seguir todas as etapas do processo corretamente, de modo a garantir que a análise de solo traga informações realmente confiáveis e eficientes. Feito isso, uma vez de posse da análise de solo, você poderá melhorar a produção na sua fazenda e alcançar resultados mais satisfatórios.