Postado em 09 de janeiro 2024
O aumento da produtividade é, sem dúvida, um dos principais ou, até mesmo, o principal desafio dos produtores rurais. Afinal, as práticas agrícolas são cada vez mais pressionadas a otimizar a produtividade do campo. E isso tem sido feito, num trabalho que envolve a combinação entre melhoramento genético dos cultivares, novas gerações de defensivos agrícolas, refinamento das tecnologias de aplicação, nutrição vegetal e agricultura de precisão.
Um outro elemento tem cada vez mais ganhado espaço nessa conta: os adjuvantes agrícolas. Ao serem misturados no tanque para pulverização, são ferramentas importantes à medida que impulsionam a performance dos defensivos agrícolas e as tecnologias de aplicação.
Porém, há muitos tipos de adjuvantes, o que remete a pergunta inevitável: Como comprar o adjuvante agrícola certo, com o melhor preço, como fazer a correta escolha dos adjuvantes agrícolas
Entre os adjuvantes funcionais, por exemplo, existem os inibidores de espuma, (os) condicionadores de água e os compatibilizantes de misturas. São produtos que trazem comodidade e agilidade ao operador, pois evitam problemas que podem causar interrupção da aplicação, como transbordamento por espuma, formação de precipitados e entupimento de bicos e filtros do pulverizador.
E há os adjuvantes de performance, que atuam na melhoria da eficiência de um determinado ativo. Nessa classe, podemos incluir os agentes espalhantes, retenção de gotas, redutores de deriva, penetrantes, condicionadores de pH, melhoradores de depósito, entre outros.
Para começar a usar adjuvantes agrícolas – e usa-las corretamente, é claro! – é preciso, acima de tudo, estar bem informado. O primeiro passo a ser ultrapassado é vencer o desconhecimento sobre o uso e os benefícios dos adjuvantes agrícolas. Uma vez que o produtor comece a aprender para que serve e quais as vantagens do produto, outras questões surgem. Uma delas, inevitável, é o custo financeiro dos adjuvantes agrícolas.
Ao decidir comprar adjuvantes e balancear os adjuvantes pelo preço, o produtor precisa levar em conta a relação custo x benefício da aplicação do produto. Ao compreender que os adjuvantes agrícolas irão potencializar os defensivos pulverizados na lavoura e, inclusive, diminuir seu desperdício, essa conta do custo assume uma perspectiva mais positiva.
Podem ainda haver dúvidas relacionadas a dificuldade operacional, questão compreensível e que pode ser facilmente dirimida com boa informação e atenção as orientações na embalagem de cada produto.
A escolha do adjuvante agrícola deve ser certeira e, para isso, deve ser orientada a partir do objetivo que se quer alcançar. É fundamental conhecer bem qual o problema a ser enfrentado para escolher a solução correta. Nesse sentido, é importante que o produtor saiba que o adjuvante é um produto que não tem propriedades fitossanitárias, ou seja, não é um defensivo agrícola, mas tem impacto significativo na produtividade final das lavouras.
Afinal, o adjuvante é um produto cuja função é aumentar ou garantir a eficiência de outros compostos ativos, como os herbicidas, fungicidas, inseticidas e fertilizantes, ou facilitar a aplicação deles por meio da modificação de características da calda, o que irá resultar na melhor absorção do defensivo pela planta.
Por isso, o produtor deve buscar escolher comprar adjuvantes que melhor irão oferecer aquilo que ele está buscando. No momento desta escolha, decidir pelo preço do adjuvante não é o mais adequado – o resultado pode ser o famoso “barato que sai caro”, além de não obter o resultado desejado.
Basicamente, existem três momentos em que os adjuvantes agrícolas atuam. O primeiro deles é no preparo da calda, que exige cuidados com o pH da água e sua qualidade, compatibilidade de mistura e se a calda forma ou não espuma – se formar, o ideal é usar um adjuvante antiespumante.
O segundo ponto de atenção para a escolha certa, é levar em consideração a aplicação dos defensivos e o risco de deriva. Nesse caso, é preciso escolher um adjuvante redutor de deriva e até um antievaporante.
O terceiro momento é quando o defensivo atinge a planta. Para que as gotas que caem nas folhas não sejam levadas numa ocasional chuva e se perca a aplicação, existem adjuvantes agrícolas espalhantes adesivos que atuam na aderência das gotas nas plantas. Já os surfactantes e penetrantes, reduzem a resistência da camada cerosa das folhas, ocorrendo então a penetração das gotas mais facilmente.
Ao comprar adjuvantes agrícolas, o agricultor opta por produtos que melhoram a absorção dos defensivos pelas plantas, além de contribuir para a fixação da calda nas folhas, garantindo maior tempo de contato e, como consequência, eficiência na aplicação.
Numa explicação mais técnica, o(s) adjuvantes atuam na barreira natural presente na superfície das plantas, chamada de cutícula, que se torna mais receptiva ao defensivo, facilitando a penetração dos fertilizantes foliares, durante a aplicação.
Há também outros adjuvantes agrícolas que deixam a calda mais espessa, com o objetivo de gerar gotas maiores durante a pulverização. Quando misturados às caldas, os adjuvantes otimizam o uso das substâncias que têm as características desejadas.
São vários os benefícios econômicos decorrentes do uso de adjuvantes agrícolas. Os principais estão relacionados ao fato de o produto potencializar e tornar mais eficientes os defensivos que serão aplicados nas culturas. Ao conseguir maior controle sobre os fatores climáticos que prejudicam a aplicação, os adjuvantes colaboram na economia da dosagem dos produtos fitossanitários, assim como um menor desgaste dos equipamentos usados na pulverização.
Com esse resultado, as vantagens ocorrem graças a redução do desperdício e ao uso de doses menores de defensivos. Juntos, são resultados que diminuem os custos das aplicações. Segundo dados da Embrapa, a adição de adjuvantes agrícolas em alguns casos permite diminuir a quantidade de defensivos da aplicação.