Postado em 08 de março 2022
A alimentação é a base da vida. Da forma mais simples à mais complexa, todos precisamos dos benefícios que os alimentos nos trazem para levar uma vida saudável. Com as plantas não é diferente, elas também necessitam de uma nutrição eficiente e equilibrada.
Aliás, assim nós precisamos de nutrientes e, às vezes, fazemos dietas especiais para atingir determinados objetivos, também é possível fazer ajustes e suplementações para as plantas quando necessário. Isso pode ser alcançado por meio da adubação foliar ou via solo.
E são as raízes as principais estruturas responsáveis por absorver e distribuir componentes para uma planta. É por meio dessa área que há a obtenção de água e muitos nutrientes necessários ao desenvolvimento. Contudo, as folhas também têm capacidade de absorção — e é graças a essa característica que surgem os adubos foliares
Esses produtos são aplicados diretamente nas plantações e permitem que diversos nutrientes sejam absorvidos. Cada vez mais utilizada, é uma solução com várias vantagens
Neste artigo, vamos falar sobre adubação foliar especificamente, trazendo exemplos práticos sempre que possível. Acompanhe!
A adubação foliar é uma forma complementar de fazer as plantas receberem nutrientes por meio de suas folhas em determinados períodos de desenvolvimento.
Assim, na adubação foliar a aplicação é feita com adubo em uma calda para ser pulverizado sobre as folhas. Nas folhas, o produto ultrapassa a cutícula – a fina camada de proteção natural foliar – e os nutrientes são absorvidos por meio dos estômatos, que são estruturas pequenas que servem para a transpiração, evapotranspiração e também como porta de entrada para os nutrientes que a planta sintetiza, transforma em energia, produz enzimas e proteínas entre outros compostos para seu metabolismo.
Como já comentamos, os adubos em geral têm a função de fornecer nutrientes de que a planta precisa na quantidade e na época certa, visando a um resultado específico. Esse resultado pode ser: melhorar a floração, gerar frutos mais robustos e saborosos ou mesmo aumenta a capacidade de defesa natural das plantas frente ao ataque de pragas e doenças.
O adubo foliar cumpre todos esses quesitos, em estádios mais ou menos avançados de maturação e desenvolvimento das plantas. Por exemplo, a adubação foliar para milho é feita no início do desenvolvimento, quando existem de quatro a 8 folhas completamente desenvolvidas na planta (fonte: Revista Campo & Negócios).
A produtividade fica maior graças aos micronutrientes. São necessários em menor quantidade, mas ainda são essenciais. Sem eles, várias etapas do desenvolvimento, como a floração e o crescimento, são prejudicadas.
Com os adubos foliares, é possível adicionar esses componentes de um modo fácil. Com a absorção simplificada, todos os elementos são utilizados em pouco tempo. Desse jeito, as espécies não sofrem com a falta de nenhum item essencial e conseguem ter máximo desenvolvimento. Ao final, há um aumento na produtividade da plantação.
A aplicação de adubo foliar é bastante democrática, porque é possível fazê-la em qualquer porte de cultivo, desde o caseiro, com borrifadores manuais, até grandes operações, com pulverizadores que levam barras de grande porte, chegando a mais de 50 metros de ponta a ponta.
Dessa forma, a aplicação de adubo foliar acontece via pulverização, onde a calda contém o próprio fertilizante foliar associado a adjuvantes, por exemplo.
Para se chegar à formulação ideal, é preciso observar qual é a planta, seu estágio de desenvolvimento, sua necessidade de nutrientes, o clima, o solo da região e as variações que podem eventualmente ocorrer em cada safra. Quem faz toda essa análise é o agrônomo.
Dica!
Na hora de comparar os preços de produtos, é importante observar as dosagens recomendadas. Por exemplo, se um produto é mais concentrado, usará uma dose menor que outro que é menos concentrado. Essa análise de doses é fundamental para calcular do custo por hectare.
Quais são os erros na adubação foliar? Veja alguns deles:
Assim como no caso dos adubos para solo, os adubos foliares também são classificados em orgânicos, minerais e organominerais.
Os fertilizantes foliares orgânicos (como o húmus de minhoca) são obtidos por processos de compostagem de alimentos e resíduos animais.
Os fertilizantes foliares minerais são extraídos de determinados tipos de rochas ricas nos nutrientes de que as plantas precisam, alcançando composições mais estáveis e precisas.
E os fertilizantes foliares organominerais buscam combinar de forma equilibrada as boas características tanto de fertilizantes orgânicos quanto de fertilizantes minerais.
Dica: para uma explicação mais detalhada de cada um desses tipos de adubos, visite nosso artigo Fertilizantes: fertilização do solo e nutrição das plantas.
Um dos pontos positivos desses produtos foliares é que ele é bem mais simples de ser aplicado. Um adubo tradicional, utilizado no solo, tem menor velocidade de absorção e mais perdas. Já o foliar é pulverizado sobre as estruturas das plantas já consolidadas.
Isso diminui o tempo necessário e até reduz a necessidade de mão de obra. Como consequência, é possível gastar menos para ter melhores resultados, o que favorece o custo-benefício.
A adubação foliar tem algumas vantagens e aplicações específicas:
Também há momentos em que não se recomenda o uso de adubação foliar. São eles:
Aqui é importante lembrar que, mesmo que a adubação foliar ofereça uma resposta fisiológica rápida dos nutrientes para as plantas, existem etapas pelas quais o adubo passa até ser completamente absorvido, mas quando comparado com adubação via solo este processo é muito mais rápido.
Um dos motivos para a escolha dessa técnica é que a absorção do adubo acontece de forma muito rápida. Graças a essa alternativa é possível deixar as plantações mais protegidas e eficientes em menos tempo. Afinal, assim que penetram nas folhas, os componentes são distribuídos para as estruturas necessárias.
Primeiramente, é um jeito de prevenir problemas diversos, como os que são causados por doenças. Caso algum sintoma apareça, a correção é feita em pouco tempo, o que evita que as perdas acumulem. Dessa maneira, dá para reagir com eficiência.
Para entender esses passos, precisamos falar de algumas estruturas das plantas. É um assunto técnico, mas prometemos que a explicação será simples!
A cutícula é uma membrana cerosa fina que cobre a parte externa da folha para protegê-la de fatores externos que possam danificar a planta. Ela é composta de ceras que dão certo grau de impermeabilização à folha, essa camada cerosa dificulta a penetração de soluções aquosas. Aqui notamos a importância de adjuvantes para facilitar a penetração do adubo através da cutícula.
Os estômatos, por sua vez, são estruturas que funcionam como aberturas que garantem as trocas gasosas da folha com o ambiente, permitindo a fotossíntese. Eles também são vias de entrada para os nutrientes contidos nas gotículas de adubação foliar, através de uma pressão que existe na evapotranspiração faz com que o líquido retido na superfície da folha entre para dentro da planta.
Imperfeições causadas das folhas por ação de impactos ou de animais, por exemplo, podem abrir brechas pelas quais entrarão com maior facilidade os nutrientes da adubação foliar.
A quelatização é um processo muito utilizado em nutrientes para a adubação foliar. Ela consiste na “junção” de um íon positivo – cátion (seja ele de cobre, zinco, ferro, cálcio, magnésio ou manganês), com uma molécula orgânica de carga negativa (agente quelatizador).
A quelação impede que os nutrientes sofram reações químicas e se tornem indisponíveis para as plantas.
Quando se prepara uma calda com adubo foliar e defensivo, existe a possibilidade de que certos componentes se unam quimicamente e se tornem outros que não têm utilidade para a planta. Nesse caso, se forem utilizados produtos quelados, os compostos de ambos os produtos manterão seus benefícios às plantas, pois não geram reações indesejadas.
Por exemplo, quando isolados, fósforo e zinco são componentes importantes no desenvolvimento da planta. Mas, se forem misturados sem quelação, podem se tornar fosfato de zinco, que não é metabolizado pelas plantas.
Aqui na Rigrantec temos fertilizantes quelatizados! Você pode encontrá-los na nossa seção de Micronutrientes.
A absorção foliar tem fatores externos e internos.
Começando pelos fatores externos, temos os itens ligados ao ambiente:
Quanto aos fatores internos, temos os itens ligados ao estado da planta:
Na hora de escolher a adubação foliar é comum haver dúvidas! Para ajudar você a fazer as melhores escolhas, a Rigrantec conta com especialistas de plantão para ajudar a escolher os produtos corretos de acordo com a necessidade do agricultor.
Veja as respostas do nosso Engenheiro Agrônomo Alexsander Azeredo para algumas perguntas frequentes sobre adubação foliar:
Não existe diferença entre adubo e fertilizante.
Os termos adubo e fertilizante são sinônimos, ou seja, são o nome comum para o mesmo produto. Em estudos na área de agronomia, algumas fontes podem fazer alguma diferença entre adubo e fertilizante. Mas, em linhas gerais, podemos dizer que são o mesmo produto com as mesmas funções.
A adubação foliar tem bons efeitos em frutíferas. Veja algumas recomendações:
A adubação foliar para lavouras, principalmente de cereais, pode ser feita com Micromix Cereais - Mix de micronutrientes quelatizados indicado para cereais e leguminosas. Por exemplo, para fazer a adubação foliar potássica em soja, é preciso uma análise do estado das folhas e das condições gerais da plantação pelo engenheiro agrônomo.
As hortaliças, ou folhosas, podem ter seu crescimento acelerado por meio da suplementação de nutrientes. Você pode utilizar o BioGain Cálcio 30 - Fertilizante à base de aminoácidos com ação bioestimulante e aditivado com Ca.
O melhor horário para a aplicação de adubos foliares são os períodos mais frescos do dia e com menor intensidade de vento se for via pulverização. Durante os horários em que o sol "está mais quente", a aplicação pode gerar queimaduras nas folhas.
Segundo a Embrapa:
As pulverizações foliares devem ser evitadas quando a temperatura atinge valores iguais ou superiores a 25 °C, pois ocorre rápida evaporação da solução nutritiva, diminuindo o tempo de contato com a folha, aumentando os riscos de fitotoxidade. Umidades relativas altas favorecem a nutrição foliar porque aumentam o tempo de permanência da solução sobre as folhas e mantêm os espaços intercelulares com mais água. Por isso, as aplicações foliares devem ser realizadas preferencialmente nas primeiras horas da manhã, ou no final da tarde e à noite.
A velocidade de absorção dos nutrientes aplicados às folhas pode variar. Veja:
Fonte: CARVALHO, J. G.; BASTOS, A. R. R.; ALVARENGA, M. A. R. Nutrição mineral de adubação. In. ALVARENGA, M. A. R. (Ed.). Tomate: produção em campo, em casa-de-vegetação e em hidroponia. Lavras, MG: UFLA, 2004. p. 63-120. Citado por Agência Embrapa de Informação Tecnológica
A partir do momento em que a planta começa a absorver os nutrientes eles já começam a produzir efeitos. Esses efeitos serão ou não notáveis a olho nu e o tempo varia conforme a cultivar.
A adubação foliar pode ser menos persistente por causa da concentração e das condições de interferências externas. Por isso, é possível que seja necessário adubar mais de uma vez a mesma plantação.
Também há necessidades diferentes ao longo do desenvolvimento da planta, então é de se esperar que haja mais de uma adubação durante esse período. Assim, reforçamos que o plano de adubação sempre deve ser acompanhado do agrônomo.
Cada cultura tem suas necessidades específicas e, portanto, as épocas de adubação variam. Também os objetivos da adubação – floração mais abundante, melhor formação de frutos, por exemplo – influenciam na época de aplicação do adubo foliar.
Por isso é importante contar com a ajuda de um agrônomo especialista nessa avaliação.
Existem culturas que se desenvolvem especialmente no inverno, como trigo, aveia ou feijão. E, claro, essas plantas também precisam do cuidado na adubação, inclusive via foliar. Portanto, é indispensável fazer essa adubação, sempre com o acompanhamento do agrônomo e de acordo com as necessidades da cultivar escolhida.
Sim! Por ser um período com temperaturas mais amenas e maior umidade relativa do ar, a noite é uma opção de período para a pulverização de adubo foliar, pois essas condições ajudam a diminuir a perda por evaporação da calda.
Adubar quando há muita incidência de raios solares nas folhas não é recomendável pois os estômatos fecham para a redução da transpiração, diminuindo assim a absorção de água e nutrientes, e também a adubação em dias com sol intenso pode causar danos às folhas e aumentar a perda de produto por evaporação.
Poder, pode, mas não faz sentido econômico nem traz o efeito desejado às plantas. As concentrações de micronutrientes da adubação foliar não são suficientes para uma adubação via solo. Então, a adubação foliar deve ser feita sempre seguindo as recomendações do fabricante e do profissional agrônomo que acompanha a produção.
Além de tudo, a importância do adubo foliar reside na questão da sustentabilidade. Mais que nunca, é preciso recorrer a práticas ecológicas e responsáveis. Além de proteger o meio ambiente, é um jeito de conseguir as melhores condições para futuras plantações.
Nesse sentido, o solo é o principal beneficiado com o uso desse produto. Afinal, o impacto sobre ele é menor, já que a maioria do adubo é absorvida pelas folhas. Trata-se, portanto, de uma forma de diminuir a contaminações.
O adubo foliar é um produto essencial para que as plantações ganhem nutrição, eficiência e produtividade. Com a escolha adequada, produtos de qualidade e uma boa aplicação, os bons resultados são obtidos com facilidade.
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A Rigrantec possui linha de diversos fertilizantes foliares à base de algas marinhas, aminoácidos ou substâncias húmicas, de ação bioestimulante. Eles agem no enraizamento, crescimento vegetativo, pegamento de flores, enchimento de frutos, aumentam a capacidade da planta tolerar e reverter os efeitos dos estresses, com ou sem adição de macro e micronutrientes. Conheça nossa linha de nutrição: https://www.rigrantec.com.br/produtos/nutricao/3.
Também temos uma linha de fertilizantes para uso foliar com micronutrientes quelatizados ou complexados, que possibilitam melhor absorção e assimilação dos nutrientes, suprindo rapidamente as deficiências. Conheça: https://www.rigrantec.com.br/produtos/micronutrientes-quelatos-e-complexos/4.
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