Postado em 23 de setembro 2020
Ao contrário do que ocorre com o leite, a carne e outros produtos de origem animal, os frutos e as hortaliças conseguem preservar seus processos biológicos vitais depois de serem colhidos.
No Brasil, há uma perda aproximada entre o processo de colher e a mesa do consumidor de até 40% nos frutos e hortaliças produzidos. Muitas dessas perdas resultam da má-conservação ou dos poucos conhecimentos sobre as medidas que devem ser tomadas na pós-colheita.
O baixo “tempo de prateleira”, como também é chamada a pós-colheita, causa prejuízos à competitividade na produção agrícola e também representa comida desperdiçada que poderia ser comercializada e consumida no Brasil.
Vamos mostrar algumas dicas para ter frutos com maior durabilidade na pós-colheita!
Depois que são colhidos, os frutos mantêm suas formações químicas naturais. Mas, como não estão mais ligados ao solo ou à planta geratriz, eles precisam utilizar as reservas de substrato ou de compostos com amido e açúcares para conseguir respirar e obter a energia que os conservam vivos.
A respiração é o processo metabólico mais importante dos frutos depois que são colhidos. Ela é afetada por fatores da própria planta (internos) e do ambiente (externos).
São os frutos que apresentam alta atividade respiratória depois de maduros. Dessa forma, o envelhecimento acontece com maior rapidez. É o caso da manga, goiaba, melancia, tomate, mamão.
Para adiar a maturação e o envelhecimento, otimizando o tempo de conservação, a colheita dos frutos climatéricos geralmente acontece enquanto eles estão verdes. Depois são guardados sob condições controladas.
Esses precisam de um tempo maior para encerrar o amadurecimento. É o caso da laranja, uva, berinjela, tangerina, abacaxi, limão.
Esses produtos podem ser colhidos apenas quando alcançarem a melhor fase de maturação.
Os principais fatores que afetam a pós-colheita são, basicamente, a temperatura e a umidade relativa do ar. A temperatura é o fator mais importante na conservação da produção agrícola depois da colheita.
O aumento da temperatura tende a gerar efeitos negativos. A cada 10 °C a mais, há um aumento de 2 a 3 vezes na velocidade com que os frutos se deterioram.
Já a diminuição da temperatura pode ser benéfica ou prejudicial. É benéfica porque reduz a respiração e, consequentemente, aumenta o tempo de conservação. Pode ser prejudicial porque, abaixo do grau de tolerância de cada tipo de fruto, ela pode causar:
Entre as frutas sensíveis ao frio (não toleram temperaturas muito baixas), estão: abacaxi, abacate, banana, frutas cítricas, manga, mamão, maracujá, goiaba. Entre as que resistem melhor a temperaturas baixas, estão: ameixa, pêssego, uva, cereja, morango, caqui, figo.
Ela influi principalmente na transpiração do fruto na pós-colheita. Se o ar é seco, com um percentual de umidade inferior ao exigido pelo vegetal, ele perde rapidamente umidade e termina por murchar e enrugar, o que desvaloriza seu preço de mercado.
Já o ar muito úmido (com saturação perto de 100%) preserva a turgidez e diminui a perda d’água, mas estimula a proliferação de microrganismos. Para que a qualidade do fruto se mantenha, a umidade ideal gira em torno de 85% a 95%.
Enfim, a conservação dos frutos depende de fatores como o ponto de colheita (conforme a espécie plantada) e a manutenção do produto em temperatura e umidade ideal para que chegue ao mercado em boas condições. Recomenda-se fazer a colheita em dias mais frescos, pela manhã, evitando realizá-la depois de chuvas intensas.
O que achou do artigo? Gostaria de ver imagens e vídeos interessantes sobre o agronegócio? Siga a Rigrantec no Instagram e no Facebook, e inscreva-se em nossa newsletter.