Postado em 09 de agosto 2022
Podemos dizer que, ao longo da história, a rotação de cultura sempre esteve presente na agricultura. Provavelmente por ser uma metodologia relativamente simples, mas que tem grandes efeitos práticos.
Esses benefícios foram notados por civilizações tão antigas quanto a egípcia, há mais de 6 mil anos, e a técnica de rotação de culturas continua se desenvolvendo para atender às necessidades da agricultura moderna.
Um dos desafios que a rotação de cultura ajuda é a melhoria e manutenção da fertilidade do solo. Como espécies de plantas diferentes têm necessidades distintas, essa é uma boa prática para conservar o solo! Além disso, a rotação de culturas favorece a ciclagem de nutrientes, o controle de pragas e doenças na lavoura.
Dessa forma, a intenção é fazer com que essa troca favoreça o desempenho do solo, elevando os resultados gerais do seu cultivo.
Quer saber como fazer a rotação de culturas na prática? Então continue lendo este artigo!
A rotação de cultura é uma técnica de plantio em que se alternam espécies vegetais e contribui com a conservação do solo e no controle de pragas e doenças da lavoura.
Neste processo, o planejamento de diferentes culturas, com sistemas de raízes diferentes entre si, como gramíneas e leguminosas, de inverno ou verão, onde cada espécie desenvolve um efeito residual positivo para o solo e para o meio ambiente ou para a cultura sucessora.
O uso da rotação de culturas junto com o sistema de plantio direto, busca evitar problemas causados pela degradação do solo, como diminuição da matéria orgânica, erosão, diminuição dos micro-organismos, proliferação de plantas daninhas e doenças, entre outros.
A rotação de culturas traz benefícios físicos, químicos e biológicos. Veja alguns deles:
Os tipos de raízes (ramificada, fasciculada e pivotante) alcançam diferentes níveis de profundidade, o que ajuda, por exemplo, a reduzir a compactação, aumentam a aeração e após o final do ciclo das plantas as raízes se decompõem tornando-se parte da matéria orgânica do solo, o que beneficia o próximo cultivo.
Diferentes culturas são suscetíveis a diferentes tipos de doenças e pragas. Assim, alternar culturas ajuda a quebrar ciclos desses agentes, evitando maiores perdas.
O uso de diferentes herbicidas em cada ciclo ajuda a evitar a pressão de seleção, em que, com a repetição dos mesmos princípios ativos, por exemplo, seleciona plantas daninhas cada vez mais resistentes.
É de fundamental importância o conhecimento sobre a dinâmica dos herbicidas e seus diferentes mecanismos de ação nas plantas invasoras. Os herbicidas constituem-se no método mais utilizado para o controle de plantas daninhas.
A rotação de cultura como técnica de manejo minimiza a incidências de patógenos, plantas daninhas, além do incremento a fertilidade do solo. Viabilizando o plantio, aumentando a produtividade.
Ao passar dos ciclos, as culturas deixam um efeito residual positivo de matéria orgânica, melhorando o desenvolvimento do solo e tornando-o autossustentável com o decorrer do tempo.
A rotação de cultura acontece com planejamento, para que sejam escolhidas espécies complementares. Veja estes exemplos da Embrapa:
aveia preta + nabo/milho - aveia branca/soja - milho safrinha/soja - trigo/soja.
No inverno, cultiva-se 25% da área com aveia preta + nabo forrageiro, 25% com aveia branca para grão, 25% com milho safrinha e 25% com trigo, enquanto, no verão, cultiva-se 75% da área com soja e 25% com milho.
Confira também as etapas para a implantação da rotação de culturas:
A avaliação da análise de solo estabelece o grau de insuficiência ou suficiência, possibilitando correções das deficiências e elementos prejudiciais ao cultivo. É recomendado fazer análise de solo todo o ano.
No preparo do solo das lavouras é crucial identificar as condições do solo. Com isso, pode ser necessário realizar a descompactação da área para ampliar a oxigenação, por exemplo. Também pode ser o caso de corrigir o pH, para elevar a fixação de nutrientes. Após estas atividades realizadas podem implementar o plantio direto para ajudar e manter a estrutura e fertilidade do solo.
Antes de começar a trabalhar na terra, será necessário cruzar dados como a janela de plantio, resistência às condições climáticas e melhor adaptação ao solo.
O planejamento deverá incluir, ainda, quais serão as áreas plantadas e as práticas de manejo e cuidado, até o plantio. Se for a primeira vez que você planta determinada espécie, ter um bom planejamento se torna primordial para o sucesso.
Lembre-se que a rotação prevê que mais de uma cultura coexista no mesmo espaço, mas em momentos diferentes. Então, é importante definir corretamente como ocorrerá a alternância entre as opções de plantas.
Não é porque essa é uma prática conservacionista e benéfica a todos os solos que não precisa de apoio dos insumos adequados. Na realidade, é fundamental utilizar os produtos para garantir o máximo desempenho e fazer com que a área seja bem aproveitada.
Para que possa potencializar a aplicação de fertilizantes foliar para o enchimento de frutos. Também é necessário pensar nas táticas de irrigação, em que você também pode adicionar condicionadores de solo como ácidos húmicos e fúlvicos, para que a rotação seja eficiente.
Durante o uso dos insumos agrícolas na rotação de culturas, é essencial ter atenção com a pulverização. Novamente, vale a máxima: culturas diferentes têm demandas distintas. Por isso, é preciso tomar cuidado para que cada espécie receba apenas a quantidade e os tipos de nutrientes exigidos.
Uma das maneiras de acertar é com a ajuda dos adjuvantes. Eles têm diversas funções, como diminuir a deriva, melhorar o espalhamento do produto nas folhas e assim por diante. Escolha as alternativas adequadas para fazer com que o processo aconteça de modo efetivo e seguro.
Confira a seguir as dicas que trouxemos sobre rotação de culturas e não erre na escolha!
Antes de tudo, é preciso lembrar que o clima nas estações do ano varia muito de acordo com cada região do Brasil. Dessa forma, o inverno do Centro-Oeste não é igual ao inverno da Região Sul.
Como se pode ver, o milho é uma opção versátil na rotação, mas também existem outras opções. É o caso da soja:
“Uma pesquisa mostrou um aumento de 539 kg/ha de milho para cada ano de soja cultivada antes do milho.” Fonte: Embrapa
Ainda, depois do plantio de algodão e girassol, por exemplo, se mostra benéfico o plantio de milho safra na região do Centro-Oeste brasileiro.
No inverno sulista, ervilhaca, nabo-forrageiro e aveia têm bom resultado como coberturas de inverno, antes do plantio do milho, no verão.
A diferença entre associação de culturas e rotação de culturas é a seguinte:
Como você leu aqui, a rotação de culturas traz benefícios tanto para o produtor quanto para o meio ambiente. Com ele, é possível produzir mais, melhor e com economia de recursos, evitando problemas como a degradação do solo.
Ah, também é sempre importante relembrar: para alcançar a máxima eficiência na rotação de culturas, procure a ajuda de um profissional da agronomia e conte com a ajuda dos melhores produtos!